Teatro Municipal do Porto leva a palco peças pela dança inclusiva e pela diferença

por Comunidade Cultura e Arte,    27 Setembro, 2022
Teatro Municipal do Porto leva a palco peças pela dança inclusiva e pela diferença
“Doesdicon”, de Tânia Carvalho / Fotografia de Júlio Silva Castro
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O mês de outubro no Teatro Municipal do Porto começa com a estreia nacional de “Blasons”, de François Chaignaud, e a reposição de “Doesdicon”, de Tânia Carvalho, para a companhia “Dançando com a Diferença” que se apresenta, pela primeira vez, no Teatro Municipal do Porto, dias 1 (sessão com audiodescrição) e 2, no Rivoli.

Fundada na Madeira em 2001, desenvolve um trabalho artístico, pedagógico e de sensibilização para a inclusão social tendo-se tornado uma referência, nacional e internacional, dentro das artes contemporâneas, quando se fala de Arte Inclusiva.

A vontade de gerar alguma aproximação entre o universo criativo de Tânia Carvalho e de François Chaignaud foi o ponto de partida do convite de Henrique Amoedo, diretor artístico da Dançando com a Diferença, ao coreógrafo francês para a conceção de “Blasons”. Conhecido por criar performances que articulam diferentes formas de dança e voz, numa grande variedade de locais, influenciado por muitas inspirações, François Chaignaud regressa ao TMP onde se estreou em 2016 e onde regressou em 2018. Na temporada 2022-23, o coreógrafo natural de Rennes aceitou o desafio da “Dançando com a Diferença” para trabalhar, pela primeira vez, com pessoas com deficiência, também elas desafiadas a comunicarem com um coreógrafo francês. 

“Blasons”, de François Chaignaud / Fotografia de Júlio Silva Castro

“Blasons” (brasões) são conhecidos como símbolos heráldicos. Em torno de Clément Marot, um grupo de poetas da corte comprometeu-se coletivamente a brasonar partes do corpo feminino, ou seja, observá-las, descrevê-las e elogiá-las. Esses brasões — dedicados à garganta, aos lábios, à sobrancelha, ao pé ou ao mamilo — deram então origem aos contrabrasões, seus homólogos satíricos e críticos.

Já Tânia Carvalho apresenta “Doesdicon”, que estreou em 2017 e faz parte do repertório da “Dançando com a Diferença”. Uma obra onde a precisão e a liberdade estão perfeitamente alinhadas, além do trabalho vocal da coreógrafa. As suas criações vagueiam pelas sombras, pela vivificação da pintura, pelo expressionismo e pela memória do cinema.

Desde 2017 que a coreógrafa e bailarina se apresenta no TMP. Em 2020 trouxe a peça “Onironauta” com a qual arrecadou, no ano passado, o prémio SPA.

Com direção artística de Henrique Amoedo, a “Dançando com a Diferença” conjuga saúde (apoio terapêutico), educação e arte, numa tríade que visa a valorização individual. Todos estes eixos de ação contribuem para uma permanente atualização do discurso relativo à pessoa com deficiência, assegurando que há espaço para corpos diversos e perspetivas diferentes no domínio da dança contemporânea.

Os bilhetes para os espetáculos de dia 1 de outubro, às 19h30, e de dia 2, às 17h00, no Grande Auditório do Rivoli, custam 9€ e estão à venda nas bilheteiras do Teatro Rivoli, do Teatro Campo Alegre e online, em tmp.bol.pt

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