Teatro Nacional D. Maria II encerra para obras e inicia programação em 93 concelhos do país
A partir de janeiro de 2023, o Teatro Nacional D. Maria II estará presente em todas as regiões de Portugal continental, Açores e Madeira, com centenas de propostas, incluindo espetáculos, atividades para escolas, projetos com comunidades locais, formação, lançamentos de livros e muito mais.
Em janeiro de 2023, o Teatro Nacional D. Maria II encerra a sua casa no Rossio, para um ano de obras de requalificação, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, e inicia uma verdadeira Odisseia Nacional que vai passar por 93 concelhos de todas as regiões de Portugal continental e ilhas.
A programação desta Odisseia Nacional foi hoje revelada, num evento que decorreu na Sala Garrett do D. Maria II e que contou com a presença do Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, da Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, do Secretário de Estado do Planeamento, Eduardo Pinheiro, e da Secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, bem como de autarcas e representantes de outras instituições públicas e privadas.
O projeto Odisseia Nacional irá desenrolar-se durante todo o ano de 2023 e integra centenas de propostas agrupadas em cinco programas:
- Peças: composto por espetáculos, projetos de criação e lançamentos de livros.
Integrado no programa Peças, o D. Maria II vai apresentar, ao longo do ano, 3 produções próprias (Casa Portuguesa, de Pedro Penim; O Misantropo – Por Hugo Van Der Ding e Martim Sousa Tavares a partir Molière, com encenação de Mónica Garnel; e A Farsa de Inês Pereira, com texto e encenação de Pedro Penim, a partir de Gil Vicente); 3 coproduções com companhias sediadas fora do eixo Porto-Lisboa (LAMA Teatro; Teatro da Didascália e Teatro do Bolhão; e Terceira Pessoa), 4 coproduções com artistas emergentes (Alice Azevedo, Bestiário, Tita Maravilha e Venâncio Calisto), 2 coproduções com artistas reconhecidas e de projeção nacional (Djaimilia Pereira de Almeida e Zia Soares; e Raquel Castro), 1 espetáculo para a juventude (de Estrutura e Dori Nigro) e 3 espetáculos internacionais (Hopeless., de Sergiu Matis, da Roménia / Alemanha; La vie invisible, encenação da francesa Lorraine de Sagazan; e Silence, Silence, Silence, Please, do ucraniano Pavlo Yurov).
Neste programa englobam-se ainda os projetos de assinatura do D. Maria II, que no próximo ano terão continuidade e uma nova expressão, como é o caso da Rede Eunice Ageas, que integra três espetáculos estreados em 2022 – Ainda Marianas, de Catarina Rôlo Salgueiro e Leonor Buescu / Os Possessos, Outra Língua, de Keli Freitas, Raquel André, Nádia Yracema e Tita Maravilha, e Zoo Story, com direção de Marco Paiva; do Próxima Cena, em parceria com o BPI / Fundação ”la Caixa”, que contará com a estreia do espetáculo Nau Nau Maria, de Alice Azevedo; do PANOS – Palcos novos palavras novas, com coordenação de Sandro William Junqueira e em parceria com o BPI / Fundação ”la caixa”; do Ciclo Antecipar o Futuro, em coautoria com a Associação Cultural Bóia e em parceria com a NTT Data; do Clube dos Poetas Vivos, coordenado por Teresa Coutinho; e de vários outros projetos de continuidade.
- Atos: composto por 43 projetos de participação (divididos em três grandes eixos temáticos: Paisagem, Património e Pessoas), desenvolvidos por16 estruturas artísticas, que pretendem valorizar o tecido cultural nacional e promover práticas cívicas junto das comunidades.
- Frutos: programa dedicado ao universo escolar, composto por quatro projetos estratégicos e complementares, dirigidos a todos os ciclos de ensino – espetáculo Falas Estranhês?, de Inês Fonseca Santos e Manuela Pedroso, com encenação de Catarina Requeijo, dedicado ao pré-escolar;Visitas Encenadas para o 1º ciclo, com coordenação da Plataforma 285; Oficinas de Teatro para o 2º e 3º ciclo, desenvolvidas por diversas atrizes e atores; e um Laboratório Teatral, para o Ensino Secundário, desenvolvido a partir de cinco espetáculos do programa Peças.
- Cenários: no final de cada trimestre de 2023, o D. Maria II desenvolverá um grande evento de pensamento que irá refletir sobre o percurso da Odisseia Nacional e o trabalho regional, a partir de diferentes prismas: Cenários Passados (Guimarães, em março), Cenários Presentes (Torres Vedras, em junho) e Cenários Futuros (Loulé, em dezembro).
- Nexos: Programa constituído por ciclos de formação e capacitação, que colocam as competências técnicas e de gestão do D. Maria II ao serviço de equipamentos parceiros da Odisseia Nacional e da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses. Para além de formação Especializada, Generalista e Internacional, o Nexos inclui ainda formações para artistas com e sem deficiência e S/surdos e para educadores de infância.
Ao longo do ano de 2023, a Odisseia Nacional integrará ainda a exposição Quem És Tu? – O Teatro Nacional, a Ditadura e a Democracia, com curadoria de Tiago Bartolomeu Costa e desenvolvida em parceria com a Comissão Comemorativa dos 50 Anos do 25 de Abril e o Museu Nacional do Teatro e da Dança.
Com o projeto Odisseia Nacional, o Teatro Nacional D. Maria II estará presente em todo o território nacional, ao longo de um ano, intervindo nas regiões onde já se verifica uma forte dinâmica criativa, mas sendo também catalisador da vida cultural de comunidades onde há menos acesso às práticas artísticas, com particular foco no interior do país. O Teatro assume, assim, o seu desígnio nacional no plano simbólico, mas também geográfico e social, envolvendo públicos e comunidades de uma forma mais alargada, contribuindo para o desenvolvimento da democracia cultural.
A Odisseia Nacional arranca já em janeiro de 2023, na região Norte do país, onde permanecerá até ao final de março. Seguem-se depois o Centro, de abril a junho, os Açores, em julho, a Madeira, em setembro, e as regiões do Alentejo e Algarve, de outubro a dezembro.