Teatro Nacional D. Maria II reabre em Setembro com espetáculo de Pedro Penim

por Comunidade Cultura e Arte,    23 Junho, 2022
Teatro Nacional D. Maria II reabre em Setembro com espetáculo de Pedro Penim
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Teatro Nacional D. Maria II apresentou hoje a programação da sua Nova Temporada, que se inicia a 22 de setembro e que marca as últimas apresentações no Rossio, antes do início das obras que decorrerão durante todo o ano de 2023. Sob o mote Antecipar o Futuro, da nova Temporada fazem parte oito espetáculos — quatro produzidos ou coproduzidos pelo D. Maria II e quatro espetáculos internacionais — e ainda várias atividades, de diferentes naturezas. Uma programação que conta, pela primeira vez, com criações selecionadas por Pedro Penim, Diretor Artístico deste Teatro, e ainda com projetos programados pelo seu antecessor, Tiago Rodrigues.

A Temporada inaugura com a estreia de Casa Portuguesa, a primeira criação de Pedro Penim enquanto Diretor Artístico do D. Maria II. Uma produção deste Teatro que reflete sobre o organismo família e a sua organização social em Portugal, olhado o passado e questionando o presente. Já a Sala Estúdio, reabre com o Ciclo Antecipar o Futuro, um programa de cultura contemporânea, dedicado ao pensamento, à política, à tecnologia e à arte que há de vir, composto por dois projetos: Cosmic Phase/Stage, da autoria de Ana Libório, Bruno José Silva, Carlos Cardoso e João Estevens; e Atlântida (título provisório), de Odete. Este Ciclo é desenvolvido em parceria com a NTT Data, parceiro de inovação do D. Maria II. Da lista de espetáculos programados, fazem ainda parte: Zoo Story, um espetáculo de Marco Paiva, a partir de Edward Albee; Cadernos de, uma criação de Raquel S.; e Espelhos e Monstros, de Paula Diogo. O último quadrimestre do ano traz também aos palcos do D. Maria II duas produções internacionais: Ça Ira (1) Fin de Louis, um espetáculo do criador francês Joël Pommerat; e Dobra, uma criação de Romain Beltrão Teule.

“Ça Ira (1) Fin de Louis” / Fotografia de Elisabeth Carecchio

Em novembro, o Alkantara Festival volta a ter lugar no D. Maria II, acrescentando à programação os espetáculos The Making of Pinocchio, de Rosana Cade & Ivor MacAskill; e Mascarades, de Betty Tchomanga. 

A Nova Temporada coloca também em foco o texto de teatro, com duas atividades que se desenvolvem com base em leituras encenadas. A propósito das Comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil, e em associação com a Embaixada do Brasil em Lisboa, acontecerá a atividade de entrada livre Leituras Encenadas de Teatro Brasileiro, que trará ao Salão Nobre Ageas quatro textos da dramaturgia do Brasil. Da mesma forma, a 6ª edição do Festival Esta Noite Grita-se fará ecoar no Salão Nobre Ageas as palavras do texto vencedor do concurso “Prémio Nova Dramaturgia de Autoria Feminina”, em duas sessões.

“Casa Portuguesa” / DR

Nos últimos meses do ano, haverá ainda espaço para várias atividades que têm vindo a marcar a programação do D. Maria II ao longo de várias temporadas, como o Clube dos Poetas Vivos, desenvolvido em parceria com a Casa Fernando Pessoa; e o Ensaio Geral ao Vivo no D. Maria II, que traz à Livraria do Teatro o magazine cultural da Renascença. Na área da infância e juventude, terá continuidade o projeto de espetáculos para a infância Boca Aberta, em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central. Também para este público, reabrem as candidaturas para a nova edição de PANOS – palcos novos, palavras novas — projeto de incentivo ao teatro juvenil e à projeção das novas dramaturgias. Como forma de promover e impulsionar os profissionais da área das artes performativas, será ainda atribuído o Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II.

Em linha com a missão do Teatro decorrem os projetos: Rede Eunice Ageas que, em parceria com o Grupo Ageas Portugal, continuará a assegurar uma atividade teatral de qualidade em vários municípios; e Próxima Cena, projeto que conta com o BPI e a Fundação “la Caixa” como mecenas e através do qual se pretende promover a criação e digressão de espetáculos em territórios de baixa densidade populacional. No âmbito do calendário de digressões, serão apresentados os espetáculos Catarina e a beleza de matar fascistas e Zoo Story, em vários palcos nacionais e internacionais. 

“Dobra” / Fotografia de Alípio Padilha

Ruy de Carvalho é um dos nomes de destaque da Nova Temporada, que reserva ao ator uma homenagem pelos seus 80 anos de carreira. O Teatro Nacional D. Maria II associa-se assim ao programa de comemorações da efeméride, celebrando um dos atores mais aclamados pelo público português, no palco onde trabalhou durante uma boa parte da sua carreira e no Teatro que será sempre a sua casa.

Nos próximos meses, e em continuidade com o trabalho editorial da Livraria do Teatro, serão ainda lançados cinco novos títulos: duas obras originais; dois títulos que integram a coleção “Biografias do Teatro Português”; e uma obra que se junta à coleção “Textos de Teatro”.

À semelhança do que tem vindo a acontecer, o Teatro Nacional D. Maria II continua a desenvolver um trabalho continuado ao nível da acessibilidade, com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (Patrocinador para a Acessibilidade), concretizando o objetivo de tornar todos os espaços do edifício – públicos e de bastidores — totalmente acessíveis e alargando ainda mais a oferta para públicos com necessidades específicas, permanentes ou temporárias.

Setembro a dezembro é o período que antecipa o tempo futuro em que o D. Maria II encerra as portas do Rossio para iniciar um périplo por todo o território, com o projeto Odisseia Nacional. Em 2023, terá lugar uma operação inédita, histórica e de larga escala que, nas palavras de Pedro Penim “atende à missão do Teatro Nacional D. Maria II, consagrada na lei, onde está expressa a necessidade de potenciar a relação do teatro com todo o território português. Mais do que descentralizar, o D. Maria II quer procurar novos centros, envolvendo populações, agentes culturais e a administração autárquica, de mais de 90 municípios. Um momento em que toda comunidade é convocada a pensar o território português, através da arte teatral.“. Com a Odisseia Nacional, o Teatro estará presente em todo o país com espetáculos, coproduções com agentes locais, projetos de comunidade, ações pedagógicas com instituições de ensino, eventos de pensamento, ciclos de formação e uma grande exposição dedicada aos últimos 100 anos do teatro português. 

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