Teatro Nacional São João celebra 50 anos da Seiva Trupe com Júlio Cardoso em “O Canto do Cisne”
Nova temporada do Teatro Nacional São João arranca fora de portas com a estreia de O Canto do Cisne, de Tchékhov, na Sala Estúdio Perpétuo. Diretor artístico do TNSJ dirige Júlio Cardoso, o histórico ator da Seiva Trupe, numa produção que celebra o 50.º aniversário da companhia portuense.
É com O Canto do Cisne, um dos clássicos do dramaturgo russo Anton Tchékov, que o Teatro Nacional São João arranca a temporada de espetáculos 2023/2024. A mais recente produção do TNSJ assinala os 50 anos da emblemática companhia portuense Seiva Trupe – Teatro Vivo. Estreia simbolicamente a 11 de setembro, dia em que a Seiva Trupe foi oficialmente fundada enquanto sociedade artística, na Sala Estúdio Perpétuo, no Porto, casa da companhia desde 2021.
Sete anos depois de levantarem Espectros, de Henrik Ibsen, os caminhos do TNSJ e da Seiva Trupe voltam a cruzar-se. A relação agora retomada volta a escrever-se novamente com o alto patrocínio de um dos maiores nomes da dramaturgia do século XIX: Anton Tchékhov. No ano em que a Seiva Trupe cumpre 50 anos, o TNSJ alia-se à companhia portuense e a Júlio Cardoso, um dos seus históricos fundadores e antigo diretor artístico, para levantar O Canto do Cisne (1887).
Aos 85 anos e com uma carreira de 64 anos, Júlio Cardoso dá vida ao melancólico Vasili Svietlovidoff, um velho ator que é esquecido no camarim após o espetáculo e acorda trancado dentro do teatro. Enquanto caminha pelo palco, o artista interroga o sentido da sua vida no teatro, confrontando-se com o fim da sua utilidade. “Quem sou eu? Quem precisa de mim? Quem gosta de mim?” são algumas das interrogações da personagem interpretada por Júlio Cardoso neste monólogo sobre a dignidade do ser humano e a passagem do tempo.
Com encenação de Nuno Cardoso, O Canto do Cisne marca também o regresso do diretor artístico do TNSJ às incursões pelo território dramático de Tchékhov, depois de já ter encenado Platónov (2008), A Gaivota (2010) e As Três Irmãs (2011).
A peça está em cena de 11 a 17 de setembro, de segunda-feira a domingo, na Sala Estúdio Perpétuo, com sessões todos os dias às 19h30. A última sessão tem tradução em Língua Gestual Portuguesa. O preço dos bilhetes tem o custo de 10 euros.