Ter voz na matéria: um manifesto

por Cronista convidado,    2 Fevereiro, 2024
Ter voz na matéria: um manifesto
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Sonhamos com um país. Sonhamos com um país que nos fez ter vontade de crescer e fazer parte da solução. Um Portugal de oportunidades, que chama por uma nova geração de líderes. Temos a ambição, qualificação, talento, vontade e a responsabilidade de fazer a nossa parte: temos uma voz na matéria.

Não somos os que saem e os que ficam, não somos os que participam e os que não participam. Não somos os que querem o divórcio com as origens. Somos, juntos, a força e a convicção que mais nenhuma geração terá de esperar, sair ou desistir para viver.

Há muitas formas, desígnios e caminhos para construir um país. Há um Portugal que espera, enquanto outro Portugal grita por mudança. Um Portugal divide. Outro Portugal acredita que ainda é possível. Um Portugal conforma-se. Outro Portugal quer liderar. Um Portugal desiste. Outro Portugal escolhe lutar.

Mas nós só temos um país e precisamos de todos para lá chegar: que não nos dividam os estratos sociais, as profissões ou as orientações políticas. Que nos una a vontade de criar um país que nos serve melhor, com líderes que nos representam e oportunidades que nos recompensem na mesma medida em que nos esforçamos.

A matéria que Portugal formou é o resultado da geração que nos impulsionou e nos tornou a mais bem preparada de sempre. Agradecemos, mas a gratidão não nos senta nas mesas que devia sentar. Reivindicamos esse investimento pelos que vivem presos pela falta de horizontes, e por quem não consegue sair da pobreza. Pelos que não conseguem sair de casa dos seus pais, pelos precários, e pelos eternos estagiários. Pelos que queriam ficar, pelos que não conseguiram estudar. Pelos que querem fazer mais e melhor.

Crescemos com esta promessa. Muitos de nós foram os primeiros da família a terminar o ensino, muitos de nós são fruto de um esforço coletivo, o orgulho da vila e da cidade. Mas precisamos de mais. Mais espaço, mais vontade, mais atenção, mais oportunidades, mais. Mais lugares à mesa (somos muitos para jantar!).

Um Portugal espera. Outro Portugal escolhe lutar.

Estamos preparados. Deixem-nos arriscar, deixem-nos falhar. Acima de tudo, deixem-nos tentar. Não desistimos deste país, porque temos uma visão, uma opinião e queremos ser parte da solução.

Temos uma Voz na Matéria.

Os assinantes:

Adriana Cardoso
Ana Luísa Gonçalves
Catarina Barreiros
Catarina Marques Rodrigues
Catarina Oliveira
Constança Entrudo
Diogo Pinheiro da Silva
Eugénia Barroca
Filipa Bossuet
Filipa Sousa Rocha
Filipe B. Caires
Francisca Figueiredo
Guadalupe Amaro
Hugo Vilares
Inês Ayer
Inês Ferreira da Silva
Inês Franco Alexandre
Inês Homem de Melo
Israel Campos
Jéssica Silva
João Brites
João Diogo Barbosa
João González
João Marecos
João Maria Jonet
José Paulo Soares
Leonor Caldeira
Mafalda Pratas
Mafalda Rebordão
Margarida Santos
Maria Luísa Moreira
Mariana Esteves
Mariana Gomes
Martim Sousa Tavares
Miguel Herdade
Miguel Santo Amaro
Pedro Freitas
Pedro Lima
Pedro Lopes
Rita Sampaio
Rui Maciel
Sara Aguiar
Silva Sancho
Sofia Barbeiro
Tiago Fortuna
Tiago Lobo-Dos-Santos
Tomás Wallenstein
Vanessa Barragão
Vicente Valentim
Vitorino Oliveira

Os apoiantes (com mais de 35 anos)

Álvaro Siza Vieira
Ana Vidigal
Armando Marques Guedes
Armindo Monteiro
Carlos Fiolhais
Carlota Ribeiro Ferreira
Conceição Zagalo
Daniel Oliveira
Dino d’Santiago
Francisco Mendes da Silva
Gonçalo Saraiva Matias
Inês Oom de Sousa
José Maria Pimentel
Jwana Godinho
Luís Aguiar-Conraria
Margarida Couto
Maria Filomena Mónica
Maria Manuel Mota
Mariama Injai
Mariana Van Zeller
Miguel Faria e Castro
Noélia Jerónimo
Nuno Mateus
Patrícia Teixeira Lopes
Pedro Santa Clara
Raquel Vaz Pinto
Ricardo Marvão
Susana Peralta
Vanda de Jesus

O Coletivo Matéria não é um partido político nem uma estrutura formal. Os membros e assinantes do Manifesto vêm das mais diferentes orientações e sensibilidades políticas e as suas opiniões apenas vinculam os próprios, tal como qualquer posição do Colectivo Matéria não vincula ninguém em particular.

À data, Coletivo Matéria não conta qualquer financiamento público ou privado. Não tem, nem nunca terá, fins lucrativos.

Este manifesto respeita todas as pessoas, todas as identidades de género e todas as orientações sexuais, respeitando e celebrando todas as culturas, origens sociais, económicas e etnias, pautando-se pelo respeito dos direitos humanos.

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