Terry Gilliam critica filmes da Marvel e compara produtor português Paulo branco a Trump e Harvey Weinstein
Terry Gilliam, um dos membros dos icónicos Monty Python e realizador de filmes como “Brazil”, “Monty Python and the Holy Grail “, “O Homem que Matou D. Quixote” ou “Twelve Monkeys”, juntou a sua voz ao grupo de pessoas que critica os filmes da Marvel, que foi adquirida pela Disney em 2009.
Em entrevista ao Indiewire, Gilliam disse que a Disney, com os seus enormes recursos, devia trabalhar mais no mundo real: “se és assim tão poderoso, devias lidar mais com a realidade.”, disse o cineasta que foi ainda mais longe dizendo mesmo que aquilo que não gosta é o facto de todos terem de ser super-heróis para fazerem algo de importante: “Isso leva-me à loucura. É isso que estes filmes estão a dizer aos jovens. Para mim isso não é confrontar a realidade da condição humana. Saber o que que é ser um humano normal a ultrapassar situações difíceis, resolvendo-as, sobrevivendo. Não os posso criticar pelo puro espectáculo, com a excepção de ser repetitivo. Continuas a ter de rebentar uma cidade.”, acrescentou Gilliam.
Na mesma entrevista, o cineasta foi também crítico de forma especifica com o filme “Black Panther”, do realizador Ryan Coogler: “Odiei “Black Panther”. Enlouquece-me. Dá a ideia aos jovens negros que é algo em que devem acreditar. Tretas. São apenas tretas. Acho que as pessoas que o fizeram nunca estiveram em África.”
Por fim, e a juntar a estes temas, Gilliam relembrou na mesma entrevista os processos legais com o produtor português Paulo Branco, por causa do filme “O Homem que Matou D. Quixote”: “Para começar, a sua reputação era má. Levou algumas empresas à bancarrota, mas o [realizador] Wim Wenders adorava-o e [David] Cronenberg gostou dele, portanto, apesar de todas as minhas dúvidas, disse para avançarmos” e disse ainda que “É um psicopata. A versão cinema de Donald Trump. É um ego-maníaco, megalomaníaco e semi-psicótico. Acho ainda que é esquizofrénico … faz Harvey Weinstein parecer um tipo muito agradável com quem trabalhar.”,
“O Homem que Matou D. Quixote”, que foi filmado em Portugal e em Espanha, contou no elenco com interpretações de Jonathan Pryce, Adam Driver, Olga Kurilenko ou a actriz portuguesa Joana Ribeiro. Apesar dos direitos terem sido adquiridos pela distribuidora NOS, o filme não estreou de forma comercial em Portugal por causa das disputas legais entre Paulo Branco e Terry Gilliam.