The Script no Campo Pequeno: a celebração dos 15 anos da banda em Portugal

por Cronista convidado,    20 Novembro, 2022
The Script no Campo Pequeno: a celebração dos 15 anos da banda em Portugal
The Script / Fotografia de Sofia Rodrigues / CCA
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O dia 18 de Novembro foi o dia prometido para o regresso de The Script a Portugal. A banda irlandesa, já bem conhecida e muito acarinhada pelos portugueses, apresentou ontem no Campo Pequeno a digressão “Greatest Hits Tour”, oficializando assim os seus 15 anos de carreira. 

O warm-up cumpriu-se sob a voz doce e melódica de Joana Almeirante que apresentou o seu recém-lançado EP, “Ilusão”. Músicas como “A tua namorada”, “Bem me Quer” e “Tão Cedo Não é Amanhã”, animaram o público durante 30 minutos que pareceram 5 e intensificaram a vontade de acompanhar os seus concertos em nome próprio, que se realizarão já em Abril de 2023.

Joana Almeirante / Fotografia de Sofia Rodrigues / CCA

A noite foi de celebração e a longa espera motivada pela pandemia apenas serviu de combustível para os fãs há muito expectantes. Eis que perante uma sala lotada e no meio da escuridão, surge o vocalista Danny O’Donoghue que é recebido em grande euforia pelo público. Numa chuva de confettis, somos introduzidos a “Superheroes”, um dos temas mais célebres da banda e que pela reação dos presentes se sagrou como o preâmbulo perfeito para o que viria a ser a última data da tour europeia.

“Rain”, música imprópria para supersticiosos dado ter motivado a abertura de alguns chapéus de chuva dentro da sala, e a balada “We Cry” acompanhada ritmadamente pelas palmas do público, são para o vocalista a confirmação de que guardaram o melhor concerto para o final da tour. A boa disposição e os elogios aos fãs portugueses pautaram a noite, ouvindo-se proferida a frase: “You’re the best crowd!”.

Joana Almeirante / Fotografia de Sofia Rodrigues / CCA

Com “Paint the Town Green”, fomos convidados a experienciar um pouco da cultura irlandesa e somos advertidos em tom jocoso para nos mantermos afastados dos mesmos, dada a forte possibilidade de um deles nos roubar a cerveja. Ainda assim, atrevo-me a escrever que os presentes não se importariam de pagar esse preço tendo em conta a festa que se desenrolou. Com a sala colorida de verde, houve espaço para tudo. Música, dança, tambores, confettis e uma plateia eufórica aos saltos.

Seguimos em bom ritmo para o que viria a ser um dos highlights da noite. Viajamos até 2008, ano em que a banda lançou o seu primeiro e autointitulado álbum, com um single que viria a mudar as suas vidas para sempre. Ouvimos “The Man Who Can’t Be Moved”, e o público é impelido a cantar o primeiro verso “a capella”, num momento bonito e de grande comoção com a voz do cantor em destaque. Segue-se “Before the Worst” com o vocalista a assumir as teclas. Quanto ao sing-along, esse mantem-se com toda a energia e sentimento. 

The Script / Fotografia de Sofia Rodrigues / CCA

Os aplausos são muitos. Podemos vislumbrar os membros da banda enternecidos com a atmosfera vivida no Campo Pequeno e o baterista Glen Power a registar tudo em vídeo para não mais esquecer. Danny O’Donoghue, reflete acerca da tour e em como o nome “The Greatest Hits” serviu de pretexto para que depois da pandemia, a banda pudesse tocar as suas músicas preferidas para as suas pessoas preferidas — os fãs.

Segue-se um momento intimista em que os 3 integrantes se despedem do palco por uns minutos, dirigindo-se para o meio da plateia, onde nos brindam com um set acústico. Sem qualquer palco montado, os artistas misturam-se com a multidão. Não fossem os holofotes para eles apontados e os seus instrumentos e teríamos dificuldade em perceber quem é quem. “If You Could See Me Now” e “Nothing” são os temas apresentados neste formato. Para o último, Danny lança entre risos, um desafio à audiência. Propõe que alguém entre em contato com o seu ex, passando-lhe o telemóvel, para que a banda lhe pudesse dedicar o tema. E para espanto de muitos, as propostas choveram! Diogo, foi o ex-namorado presenteado com uma serenata virtual, que resultou em muitos risos e expressões incrédulas por parte dos presentes.

The Script / Fotografia de Sofia Rodrigues / CCA

Ao longo do concerto podemos conferir a humildade e a simplicidade dos integrantes da banda que fazem questão de relembrar frequentemente os espectadores do quão gratos se sentiam por ali estarem e do quanto precisavam deste regresso da música ao vivo. “Find what you love to do and do it until you die”, profere o vocalista enquanto apela a todos para que aproveitem cada dia ao máximo.  

O momento menos aguardado da noite aproxima-se. O até já é introduzido por “Arms Open”, “Talk You Down” e a tão esperada “For The First Time”. O público supera-se e canta cada vez mais alto num ambiente de completa catarse que perdura mesmo após a saída da banda. Tudo o que se ouve é a estrofe “Oh, these times are hard / Yeah, they’re making us crazy / Don’t give up on me, baby” em loop, tornando inegável o retorno dos artistas para o tão aguardado encore.

The Script / Fotografia de Sofia Rodrigues / CCA

A derradeira despedida é marcada pela promessa de um regresso já no próximo ano a palcos portugueses e introduz temas como “No Good in Goodbye”, “Breakeven”, acabando em chave de ouro com “Hall Of Fame”. A audiência acompanha cada palavra em uníssono e rejubila com toda a experiência.

Segue-se uma lista de agradecimentos e a subida a palco de (quase) todos os alicerces que foram indispensáveis para a construção desta digressão. É com um sorriso nos lábios que a multidão abandona o Campo Pequeno em plena concordância com o proferido pela banda acerca da música ser a mais bela religião onde há espaço para todos e qualquer um. Quanto aos The Script, tudo o que desejamos é que venham mais 15 anos repletos de sucesso.

Artigo de Daniela Martins com fotografia de Sofia Rodrigues.

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