Três peças de teatro para veres online este fim de semana
Para quem está habituado a ir ao teatro, ver uma peça online nunca será como estar de frente para o palco, perto das tábuas, sentindo o ecoar da voz dos actores e as suas emoções ali bem perto. Muitas são as companhias de teatro que durante este confinamento têm colocado algumas das suas peças online para que, mesmo assim, possamos matar um pouco dessas saudades.
Neste fim de semana de 25 de Abril, deixamos três sugestões:
‘Antígona’, encenação Mónica Garnel
Sinopse: “A partir de uma cidade que vai adoecendo, a atriz e encenadora propõe um espetáculo que procura a vertigem à medida que o conflito sobe. Às medidas impostas tendo em vista o bem e a proteção da cidade, opõe-se a voz discordante de Antígona, refletindo a tensão entre os direitos humanos e os direitos do poder instituído. O que é afinal a justiça?”
Link para a Sala Online do D. Maria II
‘Macbeth’, encenação de Nuno Carinhas
Sinopse: “O encenador Nuno Carinhas descreveu Macbeth como “um conto dirigido a crianças inocentes sobre o destino de guerreiros ambiciosos”. Com a mais veloz, enigmática e maligna das tragédias de William Shakespeare prosseguimos a revisitação online do nosso património cénico, uma vez mais mediado pelo olhar do realizador Pedro Filipe Marques. Num cenário fantasmático e temperamental – máquina de cortinas que se fecha como um “cubículo de anseios descarados” e se expande como um salão, charneca ou floresta –, desencadeia-se a tragédia de um casal unido por um nome que, ambicionando conquistar e subjugar o futuro, fica cativo do próprio tempo. João Reis e Emília Silvestre lideram um elenco de atores que se têm distinguido nas produções do TNSJ dos últimos anos e que dão corpo a um espetáculo que começa por desacelerar o nosso tempo, o tempo do espectador, para em seguida nos lançar no epicentro de um infernal redemoinho. “É um punhal que eu vejo à minha frente? E o punho, quer a minha mão? Vá, toma-a.” Bem-vindos à imaginação perigosa de Macbeth.”
Link para a Sala Online do Teatro Nacional São João
‘Um Plano do Labirinto’, encenação de João Garcia Miguel
Sinopse: “Há mais de dois anos que João Garcia Miguel e Francisco Luís Parreira recolhem, junto de quem as protagonizou, histórias da “nossa” guerra em África, questionando-se sobre a razão pela qual “mentem elas tão ostensivamente”. “A sobrevivência é em si uma indiferença destrutiva em relação à questão da verdade ou da mentira”, escreve João Garcia Miguel. “O fiasco absoluto da narrativa e da ficção portuguesa, mesmo teatral, sobre a guerra em África reside na sua base memorialista, que projeta a noção de um serviço a prestar à verdade. Mas sem uma verdadeira validação do mito, quer dizer, sem a perceção do contorno mítico – só ele capaz de perceber a decisão que leva à guerra – no qual se move ainda a experiência portuguesa, não há compreensão do que de fundamental se processou em África (ou no Brasil, ou no Oriente).” É sobre isso este espetáculo.”