Uma Thurman defende Tarantino e o cineasta explica o acidente em ‘Kill Bill’
O acidente afectou a relação dos dois entre 2 a 3 anos e causou lesões permanentes no pescoço e nos joelhos de Uma Thurman (ver vídeo do acidente no fim do artigo). O realizador norte-americano Quentin Tarantino cedeu as imagens do acidente durante as gravações de Kill Bill e Thurman elogiou a atitude do cineasta. Coisa que os estúdios de Harvey Weinstein nunca fizeram com medo de processos.
Depois da entrevista da musa de Tarantino ao The New York Times, a própria actriz teve de sair em defesa do autor de Pulp Fiction. O tema principal da peça jornalística era o assédio e as ameaças que Uma Thurman sofreu por parte do produtor Weinstein, no entanto o nome de Quentin Tarantino desviou o foco do tema do artigo The New York Times. A forma como a história do acidente foi contada dava espaço para se especular sobre a postura de Tarantino e que este poderia não protegido a actriz durante as filmagens. E sendo assim, a actriz teve de explicar de novo a situação.
Ontem, Thurman publicou um vídeo nas redes sociais onde defende Tarantino: “Quentin Tarantino ficou profundamente arrependido e continua com remorsos por causa desde triste evento e deu-me as imagens anos mais tarde para que as pudesse expor e vissem a luz do dia, mesmo que seja provavelmente um acontecimento para o qual a justiça nunca será possível. Ele também o fez com plena noção de que esta exposição lhe poderia causar danos pessoais e tenho orgulho dele por fazer o que é correto e pela sua coragem.”, revelou Uma Thurman e acrescentou: “Lawrence Bender, E. Bennett Walsh e o notório Harvey Weinstein são os únicos responsáveis”, “mentiram, destruíram provas e continuam a mentir sobre os danos permanentes que causaram e escolheram suprimir.”
Já em entrevista ao Deadline, Tarantino disse que “Além de ser um dos maiores arrependimentos da minha carreira, é um dos maiores arrependimentos da minha vida” e que isso “afectou a minha relação com Uma durante dois ou três anos. Não é como se tivéssemos parado de nos falar. Mas a confiança não era a mesma.” o cineasta revelou ainda mais detalhes sobre o acidente: “A ideia era que ela conduzisse entre 50 e 70 km/h, só para ter o seu cabelo a voar. Com as folhagens nas margens da estrada, ela a conduzir a 50 km/h pareceria 100km/h. Mas não haviam obstáculos, era uma cena simples (…) entrei feliz nas gravações a dizer que ela iria conseguir fazer, que era uma linha recta, que ela não teria problema. E a resposta dela foi… ‘Ok’. Porque ela acreditava em mim. Porque ela confiava em mim. Disse que ela estaria segura. E isso não aconteceu. Eu estava errado. Não a forcei a entrar no carro. Ela entrou porque confiava em mim. E porque acreditou em mim”.
Por fim, e ainda segundo o Deadline, o realizador explicou que ele próprio testou a direcção do carro antes da actriz e que, de facto, ficou irritado com a recusa inicial de Thurman para fazer a cena, mas que não entrou no camarim da actriz para gritar com ela, como foi escrito pelo The New York Times.