“Veva”, de Joana Leitão de Barros, conta a história da intelectual que desafiou Salazar e os costumes dos anos 20

por Comunidade Cultura e Arte,    14 Junho, 2022
“Veva”, de Joana Leitão de Barros, conta a história da intelectual que desafiou Salazar e os costumes dos anos 20
Capa do livro
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A socióloga e jornalista, Isabel Freire, apresenta no próximo sábado, 18 de Junho, às 11h, na Livraria Almedina Rato, “Veva”, romance histórico da jornalista Joana Leitão de Barros, sobre a vida extraordinária de Genoveva de Lima Mayer Ulrich (1886-1963), a aristocrata intelectual e excêntrica que desafiou Salazar e os costumes da sua época e passeava o seu leopardo à trela pelas ruas de Lisboa nos anos 20 do século passado.

Genoveva de Lima Mayer Ulrich organizava festas exuberantes na sua residência nas Amoreiras, viaja sozinha pelo mundo, persegue caça grossa em África e convive com a alta aristocracia europeia ou até mesmo a família real britânica. Casada com o influente e sóbrio Ruy Ulrich, por duas vezes embaixador em Londres, é também novelista e dramaturga, uma intelectual que publica opinião e discorre sobre sociologia e política internacional. Opositora do nazismo e do fascismo italiano, proclama a sua anglofilia aos microfones da BBC. Gosta de provocar e embaraçar Salazar.

Neste romance histórico sobre a vida atribulada de Veva de Lima, com recurso a algumas das notas e cartas mais íntimas da aristocrata, Joana Leitão de Barros faz uma viagem apaixonante ao longo do século XX, através das causas, dos amores, das desilusões e das tragédias de uma mulher portuguesa invulgarmente surpreendente; uma grande senhora do seu tempo que quebrou padrões e desafiou tabus como ninguém nesse Portugal bem-comportado que conviveu, estupefacto, com a personalidade de Veva.

Depois de largos anos dedicada ao jornalismo generalista e económico, Joana Leitão de Barros faz a sua estreia na ficção com Veva, sobre Genoveva Lima Mayer Ulrich, cujo percurso investigou nos últimos anos. Em 2020 recebeu o Prémio Sophia, da Academia Portuguesa de Cinema, pelo livro Leitão de Barros, A Biografia Roubada, que a levou a estudar a década de 1920 e aproximar-se de um sem fim de protagonistas cujo rasto tem percorrido. Para além da biografia, género que continua a trabalhar, desenvolve actividade como guionista e produtora de conteúdos. Antes disso, e numa segunda encarnação, terminada em 2018, fez comunicação empresarial e política. Escreveu também um guia sobre o litoral alentejano e editou a revista de uma fundação ligada ao Alentejo.

Isabel Freire tem trabalhado a história da sexualidade e a história das mulheres no século XX. Publicou Sexualidades, Media e Revolução dos Cravos (Imprensa de Ciências Sociais, 2020), Amor e Sexo no Tempo de Salazar (Esfera dos Livros, 2010), e Fantasias Eróticas – Segredos das Mulheres Portuguesas (Esfera dos Livros, 2007).

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