#22 Essenciais do Cinema – Schindler’s List (1993)
Se estás a ler isto é porque chegaste ao “Essenciais do Cinema”– uma nova rubrica da CCA para quem quer descobrir um pouco mais. Com temáticas menos generalizadas, por vezes menos actuais mas igualmente relevantes. Com tudo isto, é normal que por aqui encontres – e temos mesmo de te avisar – mais texto. Bem-vindo ao “Essenciais do Cinema”.
Schindler’s List (1993)
Realizador: Steven Spielberg
Protagonizado por: Liam Neeson, Ralph Fiennes e Ben Kingsley
É um filme obrigatório para os fãs de cinema, faz sempre parte das listas dos melhores filmes de sempre, com uma posição elevada e merecida, em todas as listas do género. É, na minha opinião, um dos últimos filmes perfeitos e é daqueles lançamentos com pontuação 10/10. Devo dizer que não sou um fã de Steven Spielberg, aliás considero-o um dos realizadores mais sobrevalorizados, que apesar de lançar filmes que resultam comercialmente, falham em termos de dinamismo cinematográfico, com um argumento que se perde nas ilusões dos cifrões dos dólares.
No entanto, Spielberg obtém aqui a sua obra-prima, um filme extraordinário, emocional, factual e difícil de ver, em muitos momentos. Contém até aquele momento chave e crucial, que define toda a história e todo o desenlace da mesma. Apesar de tudo, esta é uma história real e verídica sobre Oskar Schindler, o “bom Nazi” que não era Nazi, e que salvou milhares de pessoas do sofrimento, tortura e, por fim, da morte. O filme é, ainda hoje, a maior homenagem a um dos melhores do século XX, inicialmente um bom vivã, mas que ao longo do decorrer da guerra percebeu que alguma coisa tinha de ser feita para parar a chacina que se avizinhava. No filme, a dramatização desse momento torna-o perfeito, é a diferença entre um 9, 9,5 e um 10. É um momento mágico e que aparece em muitos trailers do filme, mas que deve ser visto e entendido no contexto do mesmo.
As interpretações são grandiosas, merecedoras de todos os prémios ganhos e uma inspiração para futuras gerações. O papel de Schindler, interpretado por Liam Neeson, define a carreira do actor. Neeson consegue aqui a sua melhor interpretação, apesar de os seus recentes filmes serem bastante enganadores e com interpretações muito fracas, tendo em conta o facto de ele ser um dos actores de referência da sua geração. Ralph Fiennes consegue demonstrar e encarnar toda a maldade de um regime nojento e terrível, conseguindo igualmente a sua melhor interpretação. Considero esta interpretação uma das mais difíceis dos últimos 50 anos, decerto que colocaria a sua interpretação numa lista das 10 melhores interpretações. Ben Kingsley não tem aqui o seu melhor papel, no entanto consegue solidificar e ‘almofadar’ um argumento fantástico e muito bem escrito, com uma interpretação realista e muito factual. Apesar de todos estes elogios, os actores apenas foram nomeados para Óscares, nenhum deles ganhou alguma estatueta, mas foram premiados com BAFTAs e, também, vários prémios de associações.
“Schindler’s List,” (pt: “A Lista de Schindler”) foi gravado a preto e branco, outro pormenor mágico e que imprimiu outra sensibilidade e dramatismo à obra, e em Cracóvia, na Polónia. O filme é a maior homenagem a Oskar Schindler e uma inspiração para várias gerações. É um filme difícil e pesado, com várias cenas violentas, no entanto reais. A Segunda Guerra Mundial existiu e deve ser mostrada tal como foi, apesar da dificuldade de visualização. É um dos grandes filmes ‘históricos’ com algumas dramatizações, e um Essencial do Cinema, que tinha de ser aqui apresentado.