Todo o cinema de Teresa Villaverde em Serralves
A Fundação de Serralves vai apresentar entre 16 e 25 de Novembro, uma Retrospectiva integral da obra da cineasta Teresa Villaverde. Serão exibidos todos os seus filmes, curtas e longas metragens, filmes experimentais, documentários e ficções.
Teresa Villaverde “pertence ao grupo de cineastas que se afirma em Portugal na década de 1990”, contemporânea de nomes como Pedro Costa e João Canijo, mas que “não deixa de ser, pelo seu percurso, um caso à parte”, refere António Preto, ensaísta e programador da Retrospectiva.
A realizadora “sempre enfrentou, de um modo paradoxal”, questões como “a melancolia e a revolta, o sentimento de orfandade, a interrogação de uma juventude inadaptada, a hostilidade do espaço urbano”. É um cinema que “nunca deixou de estar atento à urgência do tempo, contraditório e incómodo”.
Programação
“Os Mutantes”
16 Nov 2018 – 21h30
Com A Presença Da Realizadora
“Alex, A Idade Maior”
17 Nov 2018 – 21h30
“Três Irmãos”
18 Nov 2018 – 21h30
“Transe” + “Cold Wa(Te)R”
21 Nov 2018 – 21h30
“Sara E A Sua Mãe + Água E Sal”
22 Nov 2018 – 21h30
“Colo”
23 Nov 2018 – 21h30
“Amapola + “Paris 15/6” + “A Favor Da Claridade”
24 Nov 2018 – 18h
“Cisne”
24 Nov 2018 – 21h30
“O Termómetro De Galileu”
25 Nov 2018 – 21h30
Realizadora, argumentista e produtora, Teresa Villaverde (Lisboa, 1966) iniciou o seu percurso cinematográfico como actriz em À Flor do Mar (1986), de João César Monteiro, tendo igualmente colaborado como co-argumentista ou assistente com José Álvaro Morais, Paulo Rocha, João Canijo e Rosa Coutinho Cabral.
Em 1990 realiza o seu primeiro filme, Alex, A Idade Maior, estreado no Fórum do Jovem Cinema do Festival de Berlim, em 1991 (e premiado em Dunquerque e Valência). O seu filme seguinte, Três Irmãos (1994), foi galardoado com a Copa Volpi para melhor interpretação feminina no Festival de Veneza, tendo a actuação de Maria de Medeiros sido igualmente distinguida nos festivais de Cancun e de Valência, onde o filme obteve também os prémios para a melhor realização e fotografia.
Em 1998 a apresentação de Os Mutantes na selecção Um Certain Regard, do Festival de Cannes, marcaria a projecção internacional da realizadora, tendo o filme sido premiado no Festival de Roma e à sua protagonista, Ana Moreira, atribuído o prémio de melhor actriz nos festivais de Taormina e Buenos Aires.
Os filmes seguintes, Água e Sal (2001), estreado no Festival de Veneza, A Favor da Claridade (2004), documentário sobre Pedro Cabrita Reis, Transe (2006), apresentado na Quinzena dos Realizadores em Cannes e no Festival de Toronto, Cisne (2011), igualmente estreado em Veneza, Colo (2017), com estreia na competição de Berlim, e o documentário O Termómetro de Galileu (2018), apresentado no Festival de Roterdão, têm confirmado o reconhecimento crítico internacional da obra de Teresa Villaverde.