#39 Essenciais do Cinema. “Sei donne per l’assassino”, de Mario Bava
Se estás a ler isto é porque chegaste ao “Essenciais do Cinema”– uma nova rubrica da CCA para quem quer descobrir um pouco mais. Com temáticas menos generalizadas, por vezes menos actuais mas igualmente relevantes. Com tudo isto, é normal que por aqui encontres – e temos mesmo de te avisar – mais texto. Bem-vindo ao “Essenciais do Cinema”.
Sei donne per l’assassino (1964)
Realizador: Mario Bava
Protagonizado por: Cameron Mitchell, Eva Bartok e Thomas Reiner
Este é um filme que vi, pela primeira vez, há uns 4 anos. Apesar de já conhecer o género giallo, este filme ‘personifica’ completamente esse género cinematográfico, com cenas de cortar a respiração, muito sangue e uma história verdadeiramente intrigante. Surpreendido é, talvez, o melhor adjectivo para classificar a minha reacção quando vi o filme. Na verdade, foi um dos filmes que mais queria ver, mas que nunca conseguia ver, por falta de tempo ou de outro motivo qualquer.
Realmente, o filme não é para todos, bem como o género giallo. É um género totalmente italiano, proveniente da banda desenhada com capa amarela que foi lançada em Itália, a partir da década de 30. Eram filmes policiais e o cinema tentou reproduzir a base literária desses livros. Não só reproduziu como exponenciou o género com ainda mais sangue e mais mortes. Na verdade, grande parte dos filmes e das histórias é praticamente igual, quase sempre com um assassino em série e com uma investigação criminal para o encontrar.
No entanto, os filmes são muito bem delineados e criam uma sensação de suspense e terror bastante bem orquestrada. Mario Bava é o grande pioneiro do género para o cinema, tendo lançado o primeiro filme giallo em 1963. No entanto, este é o grande filme do género é o grande motor e porta-estandarte de um estilo cinematográfico que já não é tão seguido e visto, muito fruto da sua violência e grafismo de imagens.
“Sei Donne per l’assassino” é um filme que recomendo altamente. Sim, é verdade que é violento; sim, é verdade que os filmes são relativamente parecidos e nem sempre muito bem produzidos; no entanto, a intriga é rápida e muito bem desenvolvida; as mortes intensificam a história, apesar de violentas e sangrentas, acabam sempre por deixar um rasto maior de suspense e mistério; e os grandes realizadores do géner,o como Mario Bava, Dario Argento ou Silvio Amadio, entre outros, realizam filmes que valem mesmo a pena ver, sobretudo para quem gosta de suspense e mistério.
Um assassino em série mata uma mulher num atelier de moda. Um crime hediondo que promete não ser único.