Colectivo de free-jazz Irreversible Entanglements estreiam-se em Portugal no gnration, em Braga
Banda norte-americana formou-se para protestar contra o abuso policial e o racismo. Camae Ayewa, mais conhecida por Moor Mother, lidera um dos projetos mais relevantes surgidos em 2017.
A primeira vez que, globalmente, digamos, ouvimos falar do nome Camae Ayewa foi em 2016, aquando do falatório criado por Fetish Bones, disco que a apresentava sob o pseudónimo Moor Mother a um mundo maior e que recolhia excelentes críticas dos meios especializados. Desde então, a procura por esta figura oriunda de Filadélfia, Estados Unidos da América, tornou-se intensa. Poeta da presente geração negra da América, voz do seu passado, afro- futurista, feminista, revolucionária, punk.
Descobrimo-la também, muitíssimo aplicada, em Black Quantum Futurism, coletivo artístico e literário que constitui com Rasheedah Phillips, onde juntos promovem a exploração D.I.Y da arte em comunidades marginalizadas.
A temática das comunidades marginalizadas, aliada à brutalidade e perseguição policial de que são vítimas, está na origem dos Irreversible Entaglements, coletivo onde Camae deixa cair palavras de protesto e de libertação em cima de um manto free- jazz. O grupo formou-se no início de 2015, ano de estreia discográfica para Moor Mother com a cassete Moor Mother Goddess, para participar no Musicians Against Police Brutality, ação artística despoletada pelo homicídio de Akai Gurley, afro-americano de 28 anos morto a tiro por um polícia nova-iorquino. Nessa estreia ao vivo, Camae contava com o saxofonista Keir Neuringer e o baixista Luke Stewart. Meses mais tarde, o trompetista Aquiles Navarro e o baterista Tcheser Holmes juntavam-se à formação pela primeira vez, encontro registado em estúdio e que origina o disco de estreia, homónimo, editado em 2017.
Esta será a primeira vez que os Irreversible Entanglements passam por Portugal. Esta quarta-feira, e após passagens por Coimbra e Lisboa nos dias anteriores, a banda de Moor Mother apresentar-se- á em concerto no gnration, onde dará a conhecer o disco homónimo, editado em 2017, considerado pela imprensa musical como um dos melhores trabalhos discográficos desse ano.
Os bilhetes têm um custo de 5€ e podem ser adquiridos aqui, no balcão gnration e nos locais habituais.
https://www.youtube.com/watch?v=h3tZvUdcYqM