‘True Care’ apresenta a itinerância de James Vincent McMorrow
A 26 de maio de 2017, James Vincent McMorrow editou o seu quarto álbum, sendo ele “True Care“. O irlandês continua o seu caminho no meio indie folk com algumas variações assinaláveis. O primeiro single partilha o título do álbum e expõe a voz do artista ao ritmo de uma batida que facilmente se encaixaria num género R’n’B.
Este mais recente trabalho conta com quinze faixas, que oscilam entre a fórmula já testada e conhecida pelo artista, e sonoridades eletrónicas e mais ritmadas. É-nos apresentada uma desconstrução do género a que temos sido habituados com os cantautores apelidados de indie. A faixa “Thank You” é exemplo disto mesmo, iniciando com o que se espera guitarra e voz e caminhando numa direção eletrónica. Trata-se de um trabalho arriscado, onde se encontra experimentação à medida que o álbum se vai desenvolvendo. A voz de McMorrow sobre uma bateria em “Constelations” é apreciável, bem como o sintetizador utilizado em “Holding On“.
É difícil não relembrar outros músicos como Bon Iver ao longo do trabalho ao ouvir as composições em tudo semelhantes. Músicas que nos levam a crer que uma determinada direção irá ser tomada, mas que a voz de McMorrow faz questão de orientar noutro sentido, exemplo de “Pink Salt Lake“, onde, inicialmente, acredita-se tratar de música ambiente, para a voz distorcida do músico rapidamente desfazer a ideia. A faixa “Glad It’s Raining” difere do restante álbum, sendo mais rápida e onde é autorizado dançar.
James Vincent McMorrow editou True Care e apresentou-nos novamente o lirismo que já lhe era conhecido agora com roupagens distintas. Contudo é difícil não comparar com quem o fez primeiro e onde McMorrow se parece inspirar – Bon Iver e Keaton Henson podem facilmente ser nomeados. Será um bom álbum para captar novos públicos e, apesar de sólido, não se destaca do que tem sido feito por outros.