Porque comemos Pipocas no cinema?

por J.B. Martins,    1 Setembro, 2021
Porque comemos Pipocas no cinema?
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É quase impossível olhar para um balde de pipocas sem pensar imediatamente em cinema. Para o bem e para o mal elas tornaram-se sinónimo de filmes (ou pelo menos, de entretenimento) e a sua relevância cultural é inegável.

Este vídeo explora as origens deste petisco tão popular e aborda as razões que estão por detrás da relação entre pipocas e cinema.

Quando Charles Cretors inventou a máquina de fazer pipocas, perto de 1885, transformou o snack num dos alimentos mais populares em feiras, espetáculos ao vivo e parques de atrações. O seu preço baixo, aliado ao facto de ser um dos poucos snacks que podia ser cozinhado no momento, sem recurso a uma cozinha, tornou-o num verdadeiro sucesso de vendas em todo o lado. Em todo o lado menos no cinema.

Os primeiros filmes eram exibidos em salas de teatro luxuosas que acabaram por dar origem a salas de cinema que seguiram a mesma estética. Era uma experiência requintada que tinha como alvo as classes mais altas da sociedade. E também não ajudava o facto dos filmes serem mudos, o que obrigava a que o público soubesse ler, o que nessa altura, era por si só um fator de exclusão social. 

Obviamente que no meio de tanto luxo e para não incomodar a leitura dos filmes, era proibido comer nas salas de cinema. Quando apareceram os filmes sonoros, em 1927, o cinema tornou-se mais acessível, mas mesmo assim, os donos das salas de cinema continuavam a resistir às pipocas.

Foi a partir de 1929, com a chegada da Grande Depressão aos Estados Unidos, que a situação começou a alterar-se. As pessoas deixaram de ir ao cinema e os cinemas, tal como aconteceu com tantos outros negócios, começaram a fechar. 

Perante o declínio do seu negócio, R. J. McKenna, o gerente de uma cadeia de cinemas norte-americano, começou a reparar que, apesar da crise, os vendedores de pipocas continuavam a lucrar. Como o milho era extremamente barato, as margens de lucro eram muito altas, o que fez com que alguns vendedores fizessem autênticas fortunas à custa das pipocas.

McKenna resolveu então fazer uma pequena experiência: cortou o preço dos bilhetes de cinema e começou ele próprio a vender pipocas à entrada das sessões. Como resultado, nesse ano, e apesar de perder dinheiro com os bilhetes de cinema, faturou mais de 200 mil dólares só em pipocas, o que é o equivalente a mais de 3 milhões de dólares hoje em dia.

Estava então descoberta a forma de financiamento das salas de cinema que se mantém até hoje. Só parte do custo dos bilhetes vai para as salas de cinema, já o custo das pipocas fica totalmente em casa.

As pipocas ficaram então ligadas para sempre ao cinema, e mesmo quando os filmes começaram a poder ser vistos em casa, as pipocas também arranjaram maneira de os acompanharem.

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