“Pôr do Sol”. Como fazer uma (boa) paródia

por J.B. Martins,    9 Setembro, 2021
“Pôr do Sol”. Como fazer uma (boa) paródia
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Agora que a primeira temporada de “Pôr do Sol” está concluída, é uma boa altura para refletirmos sobre aquilo que a mini-telenovela de humor representou para o panorama televisivo nacional.

É uma história quase tão antiga quanto a própria história da arte. Por cada formato cultural bem sucedido existe sempre alguém disposto a subvertê-lo para se rir dele (ou, com ele). 

Os que o fazem melhor, conseguem até tornar-se num marco cultural por mérito próprio, como aconteceu com o Dom Quixote, por exemplo, que começou por parodiar as histórias de cavaleiros, tão populares no século XVII, e tornou-se numa obra essencial da história da literatura.

Numa dimensão mais pequena e caseira, “Pôr do Sol” é um herdeiro desta tradição cultural, que no cinema já nos deu coisas como “Frankenstein Júnior”, “A Mais Louca Odisseia no Espaço”, “Aeroplano!” ou, mais recentemente, a trilogia do “Cornetto” do Edgar Wright.

Da mesma forma que “Aeroplano!” resolveu parodiar os filmes de desastres, que inundaram os cinemas nos anos 70 do século XX, e Shaun of the Dead se virou para os filmes de zombies, “Pôr do Sol” apontou as baterias para o produto audiovisual mais popular em Portugal: as telenovelas, obviamente.

Fazer humor, de um modo geral, não é uma tarefa fácil, mas quando estamos a falar de um produto que tem de ter valor por si só e que ao mesmo tempo depende das referências a produtos externos, as coisas tornam-se bastante mais complicadas. E tanto podemos ter um Hot Fuzz como um Epic Movie.

No vídeo seguinte reflete-se sobre as paródias como fenómeno cultural e tenta-se perceber porque é que “Pôr do Sol” pode ser considerado um caso de sucesso.

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