#25 Essenciais do Cinema – Psycho (1960)
Se estás a ler isto é porque chegaste ao “Essenciais do Cinema”– uma nova rubrica da CCA para quem quer descobrir um pouco mais. Com temáticas menos generalizadas, por vezes menos actuais mas igualmente relevantes. Com tudo isto, é normal que por aqui encontres – e temos mesmo de te avisar – mais texto. Bem-vindo ao “Essenciais do Cinema”.
Psycho (1960)
Realizador: Alfred Hitchcock
Protagonizado por: Anthony Perkins, Janet Leigh e Vera Miles
O que se pode dizer de um dos filmes mais conceituados e grandiosos da história do cinema, que já não tenha sido dito? A inevitabilidade de repetir aquilo que muitos já escreveram, neste artigo, é enorme, no entanto, a obrigatoriedade da presença deste filme na nossa lista de Essenciais torna premente a escrita do mesmo. “Psycho” foi lançado a 1960 e tornou-se, desde logo, num dos filmes mais polémicos controversos da história do cinema. Imediatamente reconhecido pelo grito de Janet Leigh, numa das cenas mais famosas da indústria, “Psycho” ajudou a recriar e a revolucionar a cinematografia e a forma de realizar filmes. Igualmente, o filme é considerado como pioneiro do género de terror psicológico, apesar de ser também inspirado no filme que já foi mencionado, nesta secção, “Les Diaboliques”.
Os protagonistas do filme são Anthony Perkins e Janet Leigh que interpretam Norman Bates e Marion Crane, respectivamente. Marion é uma secretária que rouba do seu patrão uma grande quantia de dinheiro, ela acaba por fugir e por esconder-se num motel que é dirigido por Norman Bates, um proprietário perturbado e psicótico, que tem uma relação muito estranha com a Mãe. Aliás, esta ‘relação’ é um dos catalistas para a tragédia final e para a surpresa que é divulgada no final do filme. Também se deve dizer que a magia do filme reside na abordagem realizada a este problema e a esta relação. A identidade da Mãe e a relação que tem com o filho são sempre mantidas em segredo, adicionando uma pitada de mistério a um thriller/terror psicológico com muito de um dinamismo que, até então, nunca tinha sido visto. O filme é gravado a preto e branco, tendo sido filmado com um orçamento reduzido, com poucas personagens e com uma acção passada no mesmo local, em grande parte do filme. Na altura, apesar de polémico, a crítica não lhe atribuiu grandes méritos, recebendo críticas boas e menos boas. No entanto, as receitas de bilheteira compensaram as críticas menos favoráveis, tornando-se ao longo do tempo num dos filmes mais perturbantes e mais fantásticos da indústria cinematográfica.
O legado de “Psycho” é enorme, não só é um dos primeiros filmes de um género que é ainda muito utilizado e visto no cinema, os thrillers psicológicos, mas é igualmente um propulsor de dinamismo que, inicialmente, foi estranhado mas depois foi entranhado. Para além do filme inicial, foram produzidas mais três sequelas, um ‘remake’ e uma série de televisão, para além de muitas outras adaptações e referências à obra-prima. O filme foi nomeado para quatro estatuetas da Academia, mas nenhuma dessas categorias foi a de ‘Melhor Filme’. Apesar de não ter sido nomeado, gostaria de deixar uma menção de honra ao papel de Anthony Perkins, que consegue uma grande interpretação, num argumento difícil e perturbante. É o nosso #25 por algum motivo, é o filme ideal para celebrar as 25 edições do Essenciais do Cinema!