Álbum de Tozé Brito e José Cid e novos trabalhos de Aurea, Isaura e O Gajo são editados hoje
O álbum “Tozé Cid”, que recupera músicas que Tozé Brito e José Cid criaram juntos ao longo de mais de 50 anos, é hoje editado, o mesmo dia em que saem novos trabalhos de Aurea, Isaura e O Gajo.
“Tozé Cid – 1969 a 2023” inclui, entre outras, canções do Quarteto 1111, grupo do qual Tozé Brito e José Cid fizeram parte, que foram proibidas pela censura, como “Domingo em bidonville”, “Pigmentação” e “João Nada”.
“As canções que estão neste álbum são canções que escrevemos juntos ao longo destes 50 anos em que trabalhamos juntos e que nos conhecemos”, disse Tozé Brito em declarações à Lusa, em dezembro de 2021.
O álbum inclui também o primeiro tema que Tozé Brito e José Cid escreveram juntos: “Todo o mundo e ninguém”, um poema de Gil Vicente que o ‘rapper’ e produtor norte-americano Jay-Z incluiu no tema “Marcy Me” do álbum “4:44”.
Para Tozé Brito, as canções incluídas no álbum “são extremamente atuais”. No entanto, “com a sonoridade que tinham e a produção que tinham estavam datadas”. “Ouvias e dizias ‘estas canções são nitidamente canções dos anos 60/70’, pelo som, pelos arranjos. Agora o destaque está nas vozes, a prioridade foi pôr as vozes bem à frente”, afirmou na altura.
José Cid falou do álbum como um “documento importante para a música popular portuguesa”, que recupera “pop criativo, underground, interveniente e crítico do sistema entre 1968 e 1973”.
“Tozé Cid – 1969 a 2023” que esteve inicialmente previsto para ser editado no ano passado, acaba por ser revelado no mesmo dia que os novos álbuns de Áurea, Isaura e O Gajo.
“Moods”, trabalho no qual Aurea se estreia como compositora, “apresenta um universo amplo de sonoridades que representam os vários estados de espírito que caracterizaram a vida da artista nos últimos três anos”, lê-se no texto de apresentação.
Entre os 12 temas que o compõem, “os ritmos mais poderosos e dançantes vão sendo alternados com outros mais contemplativos e introspetivos”.
Em “Moods”, além de se estrear como compositora, Aurea “também se envolveu diretamente com todo o processo de construção do disco”, considerando este álbum como “uma impressão digital da sua experiência na música ao longo dos últimos anos, mas também um enorme desafio criativo”.
Com produção de Fred Ferreira, “Moods” conta com a colaboração de artistas como David Fonseca, Diogo Piçarra, Mallu Magalhães, Tózé Brito, Tiago Bettencourt, Isaura, Inês Apenas e António Zambujo.
Aurea apresenta “Moods” ao vivo nos dias 30 e de 31 de março nos coliseus do Porto e de Lisboa, respetivamente, servindo também os espetáculos para a artista comemorar os dez anos de carreira, que se assinalam este ano.
Hoje é também editado, exclusivamente em digital, o novo álbum de Isaura, “Invísivel”, o primeiro em português da cantora e compositora.
O álbum, no qual Isaura “celebra a vontade de dançar e a alegria de viver”, reúne 12 “canções de amor e de esperança”. “É um álbum muito pessoal para a artista, no qual desafia os limites da pop e do indie, questiona-os e expande-se nos múltiplos registos do seu universo eletrónico, retratando experiências da sua vida recente”, lê-se no texto de apresentação.
“Invisível” é apresentado ao vivo em 21 de abril em Lisboa, no Musicbox, dando início a uma digressão, na qual Isaura “apresenta um conceito híbrido – eletrónico nos beats, bass, manipulações de vozes, e samples – mas contrastadamente orgânico nos acrescentos de bateria, guitarras e sintetizadores”.
Também O Gajo (João Morais) edita hoje um novo álbum, “Não lugar”, que leva o guitarrista e a viola campaniça “numa viagem por sonoridades de todo o mundo, acompanhados por convidados que trazem consigo novas influências, instrumentos e paisagens”.
No texto de apresentação do álbum lê-se que “Não lugar” “surge como uma proposta de itinerário para a escuta de uma história transcultural do cordofone tradicional procedente da região do Alentejo, a viola campaniça”.
“Para esta viagem de exploração da Viola Campaniça num encontro com sonoridades do mundo foram convidados seis artistas, com modos de circulação específicos na música do mundo contemporâneo. É neste lugar transitório que as expressões da korá guineense por Braima Galissá, da viola ressonadora brasileira de Ricardo Vignini, da viola braguesa de Vasco Casais (Omiri), do Electric Saz turco de Thomas Attar Belier, da Sitar de Luís Simões (Satúrnia) e da voz de Kátia Leonardo, referem um acontecimento particular. Este exprime-se nas transferências de sons e da proliferação daquilo a que se convencionou chamar ‘não lugar’”, destaca-se no texto.
“Não Lugar” é apresentado ao vivo em 15 de abril no Auditório Ruy de Carvalho, em Canaxide, no concelho de Oeiras, e em 28 de maio no Novo Ático do Coliseu do Porto.