Acesso aos serviços de saúde “é seis vezes mais difícil para as pessoas com deficiência”, alerta Organização Mundial de Saúde
As pessoas com deficiência têm um risco mais elevado de morte prematura, de até 20 anos em relação à média da população, devido a dificuldades de acesso à saúde, alertou hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O alerta consta do relatório da OMS sobre a equidade na saúde, que salienta ainda que as pessoas com deficiência têm duas vezes mais probabilidades de desenvolver tuberculose, diabetes, acidentes vasculares cerebrais e doenças sexualmente transmissíveis e cardiovasculares.
Muitos dos fatores que causam a morte precoce ou a doença destas pessoas são “evitáveis e injustos”, sublinhou Darryl Barrett, responsável técnico da OMS para as funções sensoriais, deficiência e reabilitação na apresentação do documento.
O especialista destacou também a alta incidência que as doenças mentais têm entre pessoas com deficiência, que apresentam taxas mais elevadas de sintomas depressivos ou de ansiedade do que o resto da população.
O acesso aos serviços de saúde “é seis vezes mais difícil para as pessoas com deficiência”, lamentou Darryl Barrett, ao apontar outros fatores como as atitudes negativas de alguns profissionais de saúde e as dificuldades na compreensão da informação de saúde.
Para resolver esta situação, a OMS propõe um pacote de 40 medidas aos governos, incluindo a formação especializada para profissionais de saúde ou melhoria da acessibilidade aos serviços de saúde.
Além disso, a organização lembrou que a maioria das pessoas com deficiência – cerca de 80% – vive em ambientes de pobreza ou de baixos rendimentos.
Atualmente, 1,3 mil milhões de pessoas em todo o mundo vivem com algum tipo de deficiência, 16% da população global, de acordo com os dados da OMS.