Alcindo Monteiro foi assassinado por um grupo de extrema-direita há 25 anos
Vinte e cinco anos depois do assassinato de Alcindo Monteiro, a Câmara de Lisboa assinala a luta contra o racismo no local onde o jovem cabo-verdiano foi assassinado por um grupo de extrema-direita.
Em 1990, as comunidades africanas em Portugal já temiam grupos neo-nazis por estes começarem a ganhar influência nas cidades de Lisboa e Porto. O debate sobre a violência de grupos como skinheads e hooligans era inclusive levado à Assembleia da República por causa do aumento de actos de violência destes grupos. Cinco anos depois, a 10 de Junho de 1995, e no mesmo ano em que foi aprovado o Ano Internacional da Tolerância pela Unesco, Alcindo Monteiro tinha 27 anos e foi brutalmente assassinado por um grupo de cerca de 50 militantes de extrema-direita (skinheads) no Chiado, em Lisboa. Deste grupo “onze foram julgados e condenados por homicídio, seis foram condenados por agressões e dois foram absolvidos.”, pode ler-se num artigo recente da Agência Lusa.
Segundo o Observador, lia-se no relatório médico de Alcindo Monteiro: “Hemorragias sub-pleurais e sub-endocirdicas; edema pulmonar; graves lesões traumáticas crânio-vasculo-encefálicas; lesão no tronco cerebral; edema cerebral muito marcado; fractura da calote craniana.”.
Agora, 25 anos depois, a Câmara de Lisboa assinala a luta contra o racismo com uma placa na Rua Garret, no Chiado, no mesmo local onde Alcindo Monteiro foi assassinado: “A Câmara Municipal de Lisboa não esquece os nomes de quem sofreu a violência racista e assinala, assim, a urgência da luta anti-racista todos os dias”, pode ler-se numa nota do gabinete do vereador Manuel Grilo, responsável pelo pelouro dos Direitos Sociais.
Após a morte de George Floyd pela polícia em Mineápolis, nos EUA, e que já foi classificada como homicídio, muitas pessoas em Portugal manifestaram a sua solidariedade com o movimento Black Lives Matter e partilharam a sua oposição ao racismo em várias manifestações.