Almirante Gouveia e Melo apresenta livro que faz radiografia da extrema-direita e do seu líder em Portugal

A obra vai ser apresentada num evento público, na sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés, em Lisboa, no dia 17 de março pelas 18h30. A apresentação de “Os Políticos São Todos Iguais”, editado pela Manuscrito, Grupo Editorial Presença, será feita pelo Almirante Gouveia e Melo.
Com base em entrevistas, nomeadamente ao próprio André Ventura, Gustavo Sampaio, jornalista e diretor-adjunto do Polígrafo, apresenta uma radiografia do partido que se apropria de bandeiras da extrema-direita tradicional e faz uma análise à forma como o populismo entra pela primeira vez em Portugal e da forma como o Chega de André Ventura se incorpora nessa estratégia política.
Para acabar de vez com as ilusões de excepcionalismo e imunidade de Portugal perante o vírus do populismo que há décadas se propagava entre múltiplos países, o Chega de André Ventura entrou na Assembleia da República em 2019 e abruptamente, contra as expectativas da generalidade dos adversários, escalou até ao cume dos 50 deputados nas eleições legislativas de 2024.

O que motiva este crescimento meteórico em tão pouco tempo? Que transformações está a provocar? Será a jovem democracia portuguesa capaz de resistir incólume ao teste de choque? Em busca de respostas, ou padrões que ajudem a identificar e compreender o fenómeno, Gustavo Sampaio apresenta uma radiografia do partido que se apropria de bandeiras da extrema-direita tradicional e do líder que faz soar os alarmes no teste preditivo de autoritarismo. Com base em diversas entrevistas, nomeadamente ao próprio André Ventura — “Vamos ser francos, sem emoção ninguém ligava nenhuma ao tema da imigração” —, e ao seu antigo braço-direito, Nuno Afonso – “Todo este culto, toda esta estrutura de seita, funciona assim porque ele quer que funcione assim. Ele dizia-me: “Eu quero que as pessoas, os portugueses, se deitem a pensar em mim e acordem a pensar em mim” —, o autor examina também os programas do partido, os discursos e a propaganda nas redes sociais.
O resultado “é um livro indispensável, de diagnóstico e alerta, que providencia uma análise comparativa com partidos e líderes populistas de outros países, assim como uma reflexão sobre a cultura antipolíticos que se destaca na génese deste fenómeno”, pode ler-se num comunicado da editora. Este livro é uma “amálgama que impede a distinção entre bons e maus, competentes e ineptos, abnegados e oportunistas, honestos e corruptos. Porque, afinal, repete-se de modo convicto até à exaustão: «Os políticos são todos iguais!»”, lê-se ainda no mesmo texto.