Bloomberg contra-ataca Trump e vai gastar milhões a comprar anúncios no intervalo da Super Bowl
É uma disputa presidencial entre milionários e num campo que o atual Presidente muito valoriza: a televisão. Um dos candidatos democratas e o principal candidato republicano às eleições de 2020 anunciaram a compra de espaços publicitários no intervalo comercial mais visto do ano nos EUA: o da Super Bowl.
Michael Bloomberg, que se lançou numa candidatura tardia nas primárias do Partido Democrata, anunciou ontem a aquisição de espaço para um anúncio televisivo com a duração de um minuto. Segundo o The New York Times, terá um custo total de 10 milhões de dólares, quase nove milhões de euros, já que os espaços estão a ser vendidos a uma razão de 5 milhões por cada 30 segundos.
Poucas horas depois de ter sido divulgada a investida de Bloomberg, a equipa do principal candidato das primárias do Partido Republicano e atual Presidente dos EUA, Donald J. Trump, também anunciou a compra de um espaço com duração idêntica.
Bloomberg entrou na corrida às primárias apenas no dia 24 de novembro, tendo optado por não dedicar atenção aos primeiros estados, que irão a votos já a partir de fevereiro. Alternativamente, a estratégia do candidato passa por investir volumes muito avultados da sua própria fortuna na transmissão de tempos de antena pelo país, uma forma de se destacar do conjunto de 14 candidatos que ainda permanecem na corrida às primárias do Partido Democrata e que se têm focado maioritariamente nesses primeiros estados.
A mesma publicação destaca que já foram gastos mais de 170 milhões de dólares em anúncios, com o objetivo de aumentar o alcance e reconhecimento do nome e perfil do candidato.
De forma similar, a muito elevada capacidade de recolha de donativos demonstrada pela campanha de Trump permite-lhe realizar o mesmo tipo de investimento.
Os anúncios, que irão para o ar no dia 2 de fevereiro, serão potencialmente vistos por um auditório em torno dos 100 milhões. Em 2019, o jogo agarrou à televisão 98,19 milhões de espectadores.
O website Deadline sublinha ainda que, apesar da maioria das candidaturas não ter envergadura financeira para realizar este tipo de investimento, esta estratégia não é um acontecimento inédito. Em 2008, Barack Obama comprou um espaço publicitário no evento desportivo, ainda que não tenha emitido um anúncio ao nível nacional, mas apenas nos 24 mercados locais que eram chave para a sua vitória frente a Hillary Clinton nas primárias do Partido Democrata.
Este artigo foi escrito por Gonçalo Marques Barbosa e foi publicado originalmente em Espalha Factos.