Cientistas portugueses recebem 3,8 milhões de euros para estudarem doenças neuro-psiquiátricas
O Centro de Neuro-ciências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) recebeu 3.885.000 euros da Comissão Europeia para coordenar o projecto internacional Syn2Psy, uma rede europeia de formação avançada no estudo dos processos celulares e moleculares em doenças neuro-psiquiátricas.
O Syn2Psy foi aprovado no âmbito das Acções Marie Curie do Horizonte 2020, o único projecto liderado por uma instituição portuguesa num concurso internacional com mais de 1600 candidaturas apresentadas, tendo-se registado uma taxa de sucesso de aprovação de apenas 7,4%.
Esta rede vai apostar em 14 jovens cientistas para investigar as alterações no desenvolvimento cerebral, plasticidade sináptica e na conectividade dos circuitos neuronais em doenças como autismo e esquizofrenia.
Ana Luísa Carvalho, coordenadora do projecto e docente no Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), sublinha que “este estudo internacional contribuirá para identificar e sinalizar mecanismos celulares e moleculares associados a doenças neuro-psiquiátricas e, a partir daí, abrir a possibilidade para o desenvolvimento de novas terapias.”
A equipa portuguesa conta com a participação dos investigadores Carlos Duarte, João Peça, Luísa Cortes, Paulo Pinheiro e Ramiro Almeida, do CNC.
No consórcio participam também cientistas do Instituto do Cérebro e da Mente da École Polytechnique Fédérale de Lausanne (Suíça), do Instituto Interdisciplinar de Neurociências de Bordéus e do Instituto de Biologia Paris-Seine do Centre National de la Recherche Scientifique (França), do Centro de Fisiologia Integractiva da Universidade de Edimburgo e do Imperial College London (Reino Unido).
A rede inclui parcerias com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), a clínica PIN – Progresso Infantil e com as empresas Lundbeck, Eurotrials e Zeiss. A companhia de teatro Marionet também integra o projecto com a proposta inovadora de promover o treino de jovens cientistas em comunicação ao público.
As redes europeias de formação avançada apoiam programas de formação e investigação com uma abordagem inovadora, internacional e interseccional, com a perspectiva de melhorar a empregabilidade de cientistas no espaço europeu e no mundo.