“Clímax”, de Gaspar Noé, estreia nos cinemas portugueses

por Comunidade Cultura e Arte,    22 Janeiro, 2019
“Clímax”, de Gaspar Noé, estreia nos cinemas portugueses
Gaspar Noé em “Clímax”

“Clímax”, estreado na edição de 2018 da Quinzena dos Realizadores em Cannes, é o mais recente filme de Gaspar Noé.

Conhecido pelas suas obras polémicas com sexo, drogas e violência extrema, Gaspar Noé nasceu em Buenos Aires, em 1963. Quando a família se estabeleceu finalmente em França, o realizador estudou na Escola Luis Lumière e começou a sua carreira. A sua primeira longa I Stand Alone estreou na Semana da Crítica em Cannes e esteve nomeada para a Caméra d’Or. Em 2002, compete pela Palma de Ouro com Irreversível. A controvérsia gerada pelo filme não deixou ninguém indiferente e fez com que se tornasse no mais falado do festival, colocando Noé no mapa do panorama cinematográfico internacional. Fazendo justiça à sua reputação de enfant terrible do cinema Francês, regressaria a Cannes com os provocadores “Enter the Void”, em 2009, e “Love” em 2015.

“Clímax”, de Gaspar Noé

“Clímax” retrata uma loucura nociva que invade a festa pós-ensaio de um grupo de dançarinos, quando alguém adiciona LSD a uma taça de sangria. Noé criou um retrato hipnótico e frenético onde um grupo de jovens dançarinos se reúne numa escola remota e vazia para ensaiar. Após um desempenho inesquecível iluminado pelo virtuoso director de fotografia Benoît Debie e filmado pelo próprio cineasta, o grupo inicia uma celebração noite dentro, que ganha contornos de um pesadelo quando os dançarinos descobrem que ingeriram copos de sangria repletos de LSD. Ao captar a jornada desde o júbilo até aos caos e à anarquia completa, Noé observa desentendimentos, rivalidades e violência durante um descalabro psicadélico colectivo.

“Clímax”, de Gaspar Noé

“Sempre me senti fascinado por situações em que o caos e a anarquia subitamente se espalham, seja em lutas de rua, sessões xamãs com psicotrópicos ou festas nas quais os participantes perdem controlo colectivamente, sob a influência de grandes quantidades de álcool. O mesmo se aplica às minhas filmagens. Os meus maiores prazeres passam por não escrever nem planear nada com antecedência e, tanto quanto possível, permitir que as situações se desenrolem diante de mim, como num documentário. Quando o caos se gera, fico ainda mais satisfeito, sabendo que vai formar imagens de poder reais, mais próximas da realidade do que da ficção. Por este motivo, em vez de um guião verdadeiro, escolhi como base contar simplesmente esta história tenebrosa e assustadora. Um grupo de dançarinos reúne-se num edifício isolado para preparar a sua actuação. Após o último ensaio, o caos instala-se. Começar com contornos reduzidos permitiu-me capturar momentos autênticos e recriar em imagens esta sequência de eventos colectivamente”, disse Gaspar Noé

“Clímax”, de Gaspar Noé, estreia nos cinemas portugueses a 7 de Fevereiro.

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