“Constantino, Guardador de Sonhos”, nova criação do Teatrão, estreia a 3 de janeiro na Oficina Municipal do Teatro

por Conteúdo Patrocinado,    5 Dezembro, 2024
“Constantino, Guardador de Sonhos”, nova criação do Teatrão, estreia a 3 de janeiro na Oficina Municipal do Teatro
Imagem de Studio And Paul

Maria não conseguia sonhar. Ao início, nem ligou. Nem sempre nos lembramos do que sonhamos. Mas os meses passaram e as noites vazias começaram a inquietá-la. Tentava, tentava, mas os sonhos não apareciam. Numa manhã em que já estava atrasada para a escola, o seu pássaro Cuco fugiu e, na corrida para o devolver à gaiola, deu de caras com Constantino, um homem estranho que guardava pássaros no jardim da cidade e que, nem a propósito, também guardava sonhos. Começa ali a aventura de procurar para onde raio tinham fugido os sonhos de sonhar a dormir de Maria e de descobrir os sonhos de sonhar acordado de Constantino. 

É esta a sinopse de Constantino, Guardador de Sonhos. A nova criação do Teatrão foi apresentada hoje, em conferência de imprensa e, para além do espetáculo, os responsáveis pelo projeto – Isabel Craveiro (encenadora do espetáculo e diretora artística do Teatrão), Filipa Malva (figurinista e cenógrafa) e João Gaspar (dramaturgo) – e representantes de algumas das entidades parceiras – António Cerdeira (PNA), Carlos Antunes (CAPC), Sónia Lopes (Cáritas) e António Pedro Pita – conversaram também com os jornalistas sobre toda a programação paralela ao espetáculo da companhia conimbricense, que vai estrear a 3 de janeiro na Oficina Municipal do Teatro (OMT).  

Constantino, Guardador de Sonhos é a principal produção do Teatrão para a temporada 2024/2025. O espetáculo está neste momento em processo de criação e a dramaturgia original de João Gaspar que alimenta o espetáculo parte da obra de Alves Redol “Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos”. No entanto, a proposta de trabalho da companhia não nos coloca na década de 1960, nem no Freixial, mas sim no séc. XXI, com uma protagonista que vive nos subúrbios de uma grande cidade – e, ainda assim, a vida continua a ser difícil de suportar se não consegue sonhar com um futuro melhor.  

É este ponto de partida que leva o Teatrão a estudar a fundo o neorrealismo português com uma questão em mente: qual é o teatro que queremos fazer para traduzir o nosso olhar sobre a realidade, nos dias de hoje? Mais do que uma versão atualizada do “Constantino” de Redol, a nova criação do Teatrão procura neste movimento artístico ferramentas para fazer uma profunda reflexão sobre a contemporaneidade e sobre “qual é o papel político que a arte pode imprimir na sociedade”, indicou Isabel Craveiro.  

Constantino, Guardador de Sonhos faz temporada na OMT de 3 de janeiro a 1 de fevereiro, com sessões para público geral todas as sextas-feiras às 19h e sábados às 17h. A 17 de janeiro estará disponível interpretação do espetáculo em Língua Gestual Portuguesa. Já no dia 24, vai estar disponível o serviço de audiodescrição, sendo a entrada para reconhecimento de palco feita às 18h30.  

As sessões para escolas terão lugar de segunda a quinta, às 10h30 e 14h, e à sexta-feira às 14h. 

Com uma metodologia de trabalho que faz acompanhar o espetáculo de um conjunto diversificado de atividades, mais uma vez desenhámos propostas para todos e que aprofundam as grandes questões que o espetáculo levanta. Afinal, como é que se cria uma comunidade engajada, participativa e com consciência cidadã? “Os neorrealistas tinham uma necessidade visceral para olhar para todas as pessoas que não eram olhadas pela história e não eram registadas pela arte”, acrescentou Filipa Malva, ligando-se historicamente ao trabalho desta companhia que “se dedica a criar comunidade à volta do pensamento teatral”. Toda a programação paralela a Constantino, Guardador de Sonhos converge portanto neste sentido – e junta como parceiros neste projeto a Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo, a Cáritas Diocesana de Coimbra, o Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, o Museu do Neo-Realismo e o Plano Nacional das Artes. 

Por outro lado, esta programação vai promover um contacto próximo com as principais manifestações artísticas que marcaram o neorrealismo português: a literatura e as artes plásticas. De dezembro até junho do próximo ano, haverá exposições, leituras e um ciclo de conferências dedicado ao movimento e à sua relação com o tempo presente.  

Real Social é o nome desta última atividade que conta com a curadoria de António Pedro Pita e que decorre nos dias 23 e 30 de janeiro, às 18h, na OMT. Neo-Real: cara a cara com obras neorrealistas vai estar patente no CAPC Sereia de 18 de dezembro até 1 de março e divide-se em quatro momentos expositivos que concluem sempre com uma oficina para famílias. Também até março, Alves Redol: Horizonte Revelado vai andar a circular por várias escolas do distrito de Coimbra. De janeiro a junho, as Leituras ao Domicílio vão levar obras neorrealistas até às casas de utentes do Serviço de Apoio Domiciliário da Cáritas Diocesana de Coimbra e o Clube de Leitura para Adolescentes EM VOZ ALTA vai pôr um grupo de jovens a descobrir e discutir sobre este movimento artístico. As inscrições para esta iniciativa estão abertas até 27 de dezembro através do formulário disponível em tinyurl.com/EmVozAlta.

Conteúdo patrocinado por O Teatrão.

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