Coronavírus. Carta aberta aos leitores da Comunidade Cultura e Arte
Caro(a) leitor(a) / seguidor(a) da Comunidade Cultura e Arte,
Este próximo fim-de-semana que se avizinha será, muito provalmente, um fim-de-semana no qual os teus planos te sairão furados. Fazias conta de aproveitar o bom tempo, passear pela praia ou fazer uma caminhada, ir para a esplanada tomar um café ou um copo com aquele amigo(a) que já não vias há tanto tempo, ou então ver aquele filme no cinema que está mesmo quase a sair de cartaz e que não querias mesmo perder por nada. Acontece que, subitamente, surgiu uma situação que nos coloca todos em alerta sem excepção e que, tendo em conta a nossa saúde e daqueles que nos rodeiam, nos impede de fazer essas coisas que tanto gostaríamos de fazer.
Estarás a sentir-te um pouco transtornado(a) com tudo isto, o que é compreensível. Depois de uma semana de trabalho ou de estudo, onde toda uma avalanche de notícias te chegou de um modo bastante intenso, querias arranjar forma de aliviar a turbulência que tens sentido ultimamente. Quase de certeza que seguiste de forma atenta o desenrolar da informação que te chegou, questionando sempre a veracidade dos factos, procurando agir da maneira mais consciente possível. Quando te aconselharam a trabalhar em casa, ou te suspenderam as aulas por precaução, não foste a correr para a praia apanhar sol ou para os centros comerciais fazer compras como se de férias estivesses. Evitaste cair na onda de pânico que muitos criaram, mas também na irresponsabilidade e na complacência de alguns que menosprezaram a gravidade de toda esta situação.
Ficar em casa enquanto vemos o mundo lá fora perante uma pandemia como há muito não se via não nos deixa mais confortáveis. Pelo contrário, deixa-nos numa posição de maior alerta e com uma sensação de que somos impotentes na resolução deste grande problema. Contudo, a nossa maior missão é a de agir prudentemente, ouvindo as autoridades, os peritos e os especialistas e fazendo uma boa selecção da informação que nos chega que muitas vezes não é fidedigna. Mantermo-nos calmos e agirmos de forma a que todos trabalhemos em prol da nossa sociedade, dos nossos valores e daqueles que nos são mais próximos. Neste momento esta é a nossa maior missão.
Já que não vais poder fazer aquilo que mais querias, há uma série de coisas boas que podes fazer em casa, estando sozinho ou acompanhado. Aproveita para leres um daqueles clássicos da literatura que ambicionavas ler e cujo tempo não te permitia. Vê aquela série que deixaste de ver porque tinhas de estudar ou porque saías do trabalho cansado(a) e chegavas a casa e só te apetecia dormir. Se estiveres acompanhado, arranja um grupo com quem possas jogar um daqueles jogos de tabuleiro que que nos proporcionam tantas gargalhadas e que por isso são capazes de durar até de madrugada. Entretenimento não te faltará, e lembra-te que à partida estás saudável e livre de perigo, o que neste momento é o mais importante.
Todas as tempestades têm um começo, um pico, e um fim. Ainda é bastante cedo para se adivinhar quando se atingirá esse pico mas também quando chegará ao seu fim, tendo em conta que a tempestade ainda há pouco começou. Até que passe, teremos que evitar cair em nos fanatismos e na tendência egoísta que as situações de crise suscitam, mas também numa atitude de altivez e de desprezo que surgem também com alguma frequência.
Se trabalharmos assim, em breve poderemos estar de volta às nossas vidas normais, continuando fazer o que mais gostamos e sem todas estas restrições. Poderás ir àquele festival de música que já tens em mente ou fazer uma viagem àquele país com o qual sempre sonhaste visitar. Até que a tempestade passe, mantem-te atento e segue as recomendações e ordens que as entidades competentes nos fornecem. Estaremos todos juntos a trabalhar enquanto cidadãos, médicos, especialistas, etc. de forma a que consigamos regressar àquilo que fomos, e que ainda hoje somos.
Mantem-te desse lado. Um abraço!