Dino d’Santiago actua no Coliseu de Lisboa

por Comunidade Cultura e Arte,    8 Novembro, 2021
Dino d’Santiago actua no Coliseu de Lisboa
Fotografia de Daryan Dornelles
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Os bilhetes estarão à venda dia 9 de novembro, pelas 10h, e custam 20€.

Dino d’Santiago acaba de anunciar um concerto em nome próprio na emblemática sala Lisboense, o Coliseu dos Recreios, no dia 2 de abril de 2022. O espetáculo, que vai no seguimento do lançamento do novo álbum, “Badiu”, com edição prevista para o dia 26 de novembro deste ano, é a reafirmação do legado que o artista tem vindo a criar no panorama musical da atualidade.

O palco do Coliseu de Lisboa, prepara-se assim para receber um dos mais aclamados artistas nacionais da atualidade na celebração deste que é o novo trabalho, depois de Kriola e Mundu Nobu, álbuns aclamados tanto pela crítica nacional como internacional.

“O conjunto de canções que compõem este álbum foram inspiradas na jornada do povo Badiu do interior da ilha de Santiago até às metrópoles da América e Europa, até à minha Quarteira umbilical”, explica Dino d’Santiago. “A música é o grande passaporte da cultura cabo-verdiana no mundo. Presente em todos os momentos marcantes da história do país, é através dela que as memórias ancestrais são catalogadas e transportadas para o futuro. Estou mais otimista do que nunca com o futuro, disposto a dar voz à poesia mas também à vida, tal como ela é, bela e trágica.”, acrescenta o artista.

Dino d’Santiago volta a cantar as histórias de Cabo Verde e da sua vasta diáspora, sobe as montanhas da Assomada no interior de Santiago, a ilha que recebeu o maior número de pessoas escravizadas trazidas dos territórios onde se situam hoje o Senegal e a Gâmbia. O que valeu a Santiago o título: a mais africana das ilhas de Cabo Verde. O lugar onde a população negra, aproveitando o caos provocado pelos ataques piratas à cidade de Ribeira Grande, fugia do cativeiro para as montanhas do interior. E a estes grupos de escravizados foragidos chamaram-se, “Badius” (vadios). Um termo historicamente depreciativo mas que a partir do século XX foi sendo reapropriado e promovido a símbolo de resistência nacional e orgulho.

Este “Badiu” que agora apresenta, é fruto de trabalho comunitário, com muitas fronteiras mas sem limites. Uma obra embalada pelo Batuku, catártico, cru e negro, que permitiu que gerações novas de cabo-verdianos se reconciliassem e aprendessem a reivindicar a sua herança africana. É a partir deste género basilar, feminino e badiu, que Dino d’Santiago constrói diálogos com o mundo da eletrónica, zouk ou hip-hop. Dando voz às histórias, angústias e alegrias da nação crioula que tem o Atlântico como uma extensão do seu território e a música como o único refúgio para a alegria.

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