Doze filmes da realizadora Chantal Akerman chegam este mês à Filmin

por Comunidade Cultura e Arte,    2 Março, 2023
Doze filmes da realizadora Chantal Akerman chegam este mês à Filmin
“Jeanne Dielman, 23 quai du Commerce, 1080 Bruxelles”, de Chantal Akerman
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A Filmin recebe exclusivamente a filmografia da realizadora Chantal Akerman em Portugal, incluindo Jeanne Dielman, 23 quai du Commerce, 1080 Bruxelles, “o melhor filme da história do cinema”, segundo a prestigiada revista britânica Sight & Sound, e mais 11 títulos da realizadora belga que estarão disponíveis na plataforma.

A partir de 9 de Março, a Filmin dedicará um ciclo a Chantal Akerman (1950-2015) composto por 12 títulos remasterizados pela cineasta belga. Entre eles está Jeanne Dielman, 23, quai du Commerce, 1080 Bruxelles (1975), o primeiro filme realizado por uma mulher a receber o título de “melhor filme de sempre” no inquérito decenal da revista britânica “Sight & Sound”.

“Jeanne Dielman, 23 quai du Commerce, 1080 Bruxelles”, de Chantal Akerman

Uma obra-prima sem paralelo que confirmou o talento de Chantal Akerman e, juntamente com Marguerite Duras, posicionou-a como a ponta de lança do cinema feminista. Delphine Seyrig dá vida à imortal Jeanne Dielman, uma mulher enjaulada na escravidão do quotidiano, condenada a repetir as mesmas acções dia após dia enquanto cuida do seu filho adolescente. O filme teve a sua estreia mundial na Quinzena dos Realizadores no Festival de Cannes e foi um sucesso comercial notável, permitindo a Akerman obter financiamento para o seu próximo filme de ficção, Les rendez-vous d’Anna.

Jeanne Dielman, 23, quai du Commerce, 1080 Bruxelles lidera o ciclo que a Filmin dedica a Chantal Akerman, que inclui versões restauradas de doze dos filmes da realizadora, incluindo a sua curta-metragem de estreia, Saute ma ville (1968) ou títulos tão significativos como News from Home (1976) ou o já mencionado Les rendez-vous d’Anna (1978).

“Les rendez-vous d’Anna” (1978), de Chantal Akerman


O trabalho de Chantal Akerman é fundamental para compreender a história do cinema e do feminismo, no qual foi uma pioneira indiscutível. A sua abordagem do género reflectiu-se na sua filmografia, onde também manifestou o seu interesse no passar do tempo, na materialidade do espaço e no sentido tragicómico da existência e da ausência. Do mesmo modo, com o seu cinema contra-corrente, desafiou os papéis de género e as convenções sociais, mostrando uma das primeiras cenas de sexo lésbico em Je tu il elle (1974).

A sua vida e obra foram também marcadas pelas suas raízes polaco-judaicas e pela sua mãe, uma sobrevivente do Holocausto de Auschwitz, com quem se filmou no seu último filme antes de tirar a sua própria vida, No home movie (2015).

“Hôtel des Acacias” (1982), de Chantal Akerman


Filmes disponíveis a 9 de Março:

Saute Ma Ville (1968)

Chantal Akerman iniciou a sua carreira cinematográfica com o seu trabalho mais explosivo, “Saute Ma Ville”, no qual explorou os gestos que determinam o papel da mulher em casa.

Hotel Monterey (1973) 

Chantal Akerman oferece-nos neste documentário um retrato do Hotel Monterey, um espaço para artistas e pessoas marginalizadas em situações de exclusão. social.

Le 15/8 (1974) 

Esta média-metragem, uma das primeiras e mais notáveis obras de Chantal Akerman, lança algumas reflexões transversais sobre a vida quotidiana das mulheres na sociedade moderna.

Jeanne Dielman, 23 quai du Commerce, 1080 Bruxelles (1975)

O melhor filme da história do cinema segundo a Sight & Sound. A obra-prima de Chantal Akerman chega à Filmin em versão restaurada.

Autour de Jeanne Dielman (1975) 

  Um documentário inédito sobre a realização de Jeanne Dielman, editado pela própria Chantal Akerman.

News from Home (1976) 

Chantal Akerman compõe uma bela amálgama da correspondência com a sua mãe e imagens da vida quotidiana em Nova Iorque, captadas através do seu olhar singular.

Les rendez-vous d’Anna (1978) 

Aurore Clément interpreta o alter ego de Chantal Akerman num emocionante filme de viagens que narra as experiências da cineasta belga na Europa.

Toute une nuit (1982) 

 Traçando uma jornada por quase duas dúzias de romances fortuitos, Chantal Akerman mergulha na noite de Bruxelas para explorar a aceitação e a rejeição amorosa

Hôtel des Acacias (1982) 

 Em 1982, o diretor do INSAS (escola de cinema de Bruxelas) pediu a Chantal Akerman para liderar uma oficina de cinema. O resultado é este gesto romântico de cinema coletivo.

La Paresse (1986) 

Exercício de autoconsciência honesta e irónica, Chantal Akerman tenta lidar com a sua procrastinação e preguiça fazendo um filme sobre a própria preguiça.

From the East (1993)

 Na forma de um diário em vídeo, poético, Chantal Akerman medita sobre o estado da Europa que resta após a queda do muro de Berlim e o colapso da União Soviética.

No Home Movie (2015) 

Último filme realizado por Chantal Akerman, elegido como um dos 10 Melhores Filmes de 2015 pela “Sight and Sound”.

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