Entrevista. José Figueiras: “Os meus programas terão de ter sempre a componente de alegria, música e ao jeito popular”
José Figueiras, nome fundador da SIC, respondeu a algumas perguntas do Espalha-Factos por e-mail, a propósito da histórica liderança do canal. É preciso voltar a 2000 para encontrar uma sequência diária de vitórias tão prolongada. E, dos principais apresentadores do canal, o anfitrião do Alô Portugal é um dos poucos que assistiu a estes dois momentos.
O conhecido comunicador, que com o formato transmitido pela SIC e SIC Internacional reforçou a popularidade junto da comunidade emigrante, falou também do desafio que foi manter-se próximo do público num período de isolamento e distanciamento social. O apresentador, de 53 anos, é uma cara que fez história na história da estação da Impresa, e mostra-se feliz e confiante com o futuro no canal dirigido por Daniel Oliveira.
Como tem sido fazer o Alô Portugal neste período de distanciamento social?
Tem sido um grande desafio. O programa no início adaptou-se ao momento vivido no país devido a esta pandemia e conseguimos fazer um serviço público, respondendo aos telespectadores, tirando dúvidas e dando conselhos e respostas através dos telefonemas que nos chegavam em direto ao programa. O tema era a covid-19 e, com a presença de um médico de saúde pública em estúdio, o programa ultrapassou os seus objetivos.
As comunidades portuguesas no estrangeiro têm um grande contacto consigo. Sente que a televisão tem sido um apoio para todos os portugueses que estão fora do país e impossibilitados de voltar?
O Alô foi e continua ser um meio de comunicação com a nossa diáspora. Os portugueses, nesta altura de confinamento social, puderam através do Alô partilhar as suas vivências, dando a conhecer muitas vezes como estava a situação no país onde viviam. Ao mesmo tempo matavam saudades dos familiares e sentiam se presentes no programa ou seja: estavam consigo e nós com eles através do pequeno ecrã.
Tem contactado com vários dos espectadores lá fora ao longo deste período?
Sim, sempre! Aliás… lançamos logo no início um desafio aos nossos compatriotas para que enviassem um pequeno vídeo a contaram como estavam a viver o momento de isolamento social. Foi muito emotivo! Além disso, eu estava praticamente sempre em contacto com amigos que vivem no estrangeiro para também poder abordar o assunto no nosso programa.
Além do Alô Portugal, o José Figueiras tem sido sempre uma estrela SIC com versatilidade para abraçar todo o tipo de desafios. Está com alguns projetos em mente para o futuro?
Neste momento estou apenas com o Alô em estúdio, dadas as circunstâncias. Estavam previstas uma série de viagens ao estrangeiro, e não só, para podermos fazer o programa a partir dos vários locais por este mundo fora. O 10 de junho seria uma certeza, bem como programas nos Açores e na Madeira. Infelizmente tiveram de ser adiados.
Que programas sente que ainda lhe falta fazer e que gostava que surgissem na sua carreira?
Temos que estar sempre a inovar e a recriar formatos! Com certeza que me falta fazer muita coisa ainda. As ideias não se esgotam… Uma coisa é certa, os meus programas terão de ter sempre a componente de alegria, música e ao jeito popular. Esses são os meus formatos.
A SIC comemorou, no dia 5 de maio, 100 dias de liderança consecutiva e, até ao dia em que publicamos este texto, somou mais 17 vitórias. É preciso recuar 20 anos, até 2000, para encontrar outro período assim. Sendo o José Figueiras alguém que tem estado sempre na SIC desde aí, como compara estes dois períodos?
É voltar a saborear a liderança e voltar agradecer o reconhecimento do público. É ele quem nos julga e aprecia. 20 anos depois sinto que continuo a fazer parte da história da SIC com muito orgulho e honra. E, como dizemos, o melhor ainda está pra vir…
Entrevista da autoria de Pedro Miguel Coelho e originalmente publicada em Espalha Factos.