Festival Mental regressa em Maio para a 7.ª edição com cinema, teatro, dança, música e literatura
O Festival MENTAL – Cinema, Artes e Informação regressa para a sua 7ª edição, entre os dias 12 e 26 de maio. Decorre em vários espaços da capital, como o Cinema São Jorge, Espaço Atmosfera m e Ferroviário.
Com um historial considerável, o Festival Mental dinamiza, uma vez mais, o seu objetivo central, promover a visibilidade da saúde mental junto do público em geral. Fá-lo através da cultura, com cinema, m-talks, debates, dança, performance multimédia, música, teatro, literatura e cruzamentos disciplinares.
Em 2023, as temáticas em destaque relacionam-se com a Saúde Digital na Saúde Mental, Inteligência Artificial, Demências, Trabalho e Desporto.
Com a pluralidade de pontos de vista em mente, a programação do M-Mentalcontará com intervenientes oriundos de várias áreas de saber, da Psicologia, Psiquiatria, das indústrias culturais, Direito, Ciências Sociais e Humanas, até ao Marketing.
M-Cinema
Em 2023, a open call para o M-Cinema – Mostra Internacional de Curtas e Longas-Metragens contou com 209 submissões, o maior número de sempre desde o início do festival. No total, foram selecionados 17 filmes de diferentes pontos do globo, de Hong Kong à Austrália, de Portugal aos Estados Unidos. Contam-se 14 produções europeias selecionadas, com um total de quatro submissões dos Países Baixos escolhidas, algo inédito no Festival.
Os temas abordados nesta edição são, como sempre, variados. O filme “In het echt heb ik een neus” (“Na vida real teria um nariz”), da autoria de Stephane Kaas, transporta-nos para o mundo de alguns dos cartoonistas mais famosos do mundo das webcomics, com a saúde mental como um dos principais protagonistas.
Já “Brandstoff”, ou “Energia”, de Bo Van Der Meer e Roswitha de Boer, reflete acerca do burnout em idade jovem, e os seus potenciais efeitos a longo prazo, num relato na primeira pessoa.
Quanto ao vencedor do Programmer’s Pick para esta 7ª edição, “Prokhodiat Dny”(“Dias de Ausência”), de Ívar Erik Yeoman, oriundo da Estónia, ajuda-nos a refletir sobre da paternidade – e maternidade – através de uma história emocional e emocionante, acerca de um pai que se vê sozinho a cuidar da filha de um ano após a sua mulher ter sido internada, enquanto tenta manter a estabilidade doméstica.
No campo da produção cinematográfica nacional, exibe-se o filme português “Borderline”, numa abordagem experimental íntima por parte de Leonor Rocha Oliveira, autora do projeto.
Prossegue também o M-Cinema Jovem, sessão de cinema dedicada aos mais jovens, para públicos a partir dos 12 anos, programação que tem vindo a crescer exponencialmente ao longo dos anos. No âmbito deste ciclo, quatro obras serão exibidas.
A 12 de maio, como evento inaugural do Festival Mental 2023, decorre a Tertúlia Literária, no Espaço Atmosfera m, a qual irá contar com a participação dos autores de livros editados pelo Mental ao longo dos anos: João Gata, Martina Frattura, Paulo Vieira de Castro e Rita Tormenta.
São ainda convidadas deste momento do Festival a autora infanto-juvenil Mariana Duarte Mangas (“Não há mal que sempre dure”) e a ilustradora, autora, e fundadora da editora “Curar com Livros”, Alexandra Malugas, no âmbito de uma reflexão acerca da literatura infantojuvenil e saúde mental.
M-Talks
As M-Talks regressam em 2023, com painéis temáticos de discussão de temáticas alusivas à saúde mental, acompanhadas pela projeção de uma longa-metragem. Nesta sétima edição, os temas são desporto, trabalho, e demências.
M-Talk | Desporto e Saúde Mental
Moderada pela jornalista Paula Cardoso, a M-Talk, que decorre a 19 de maio, reflete, em 2023, a temática do Desporto e Saúde Mental. O painel será composto por Pedro Almeida (Coordenador do Programa de Promoção da Psicologia do Desporto), Rui Correia (médico psiquiatra), entre outros nomes.
Exibe-se o filme temático “Girl”, de Lukas Dhont, vencedor de quatro prémios no Festival de Cannes, entre eles a Palma Queer.
M-Talk | Trabalho e Saúde Mental
Outro ponto alto da programação do Festival Mental em 2023 decorre a 20 de maio, com a exibição do filme “Mais uma Rodada”, vencedor do Óscar na categoria “Melhor filme estrangeiro”, e antecedida por uma conversa encabeçada por Ana Padrão (atriz), Gaspar Ferreira (membro do Conselho de Especialidade de Psicologia do Trabalho, Social e das Organizações), Helena Teles (Assistente Social) e Miriam Pires dos Santos (psicóloga clínica).
M-Talk | Demências
As M-Talks prosseguem a 21 de maio, com uma sessão dedicada às demências, enquadrada com a exibição do filme temático “The Father”, de Florian Zeller, vencedor do Óscar e BAFTA para Melhor Argumento Adaptado.
À conversa estarão Fernando Terra (artista, músico, compositor, improvisação cómica, formador internacional de teatro, clown, fundador projeto clownzheimer), Francisco Costa (editor vídeo/cinema), Isabel Sousa (psicóloga clínica e neuropsicóloga, coautora do livro “Viver com demência” da Ordem dos Psicólogos Portugueses) e Rui Albuquerque (médico psiquiatra com interesse na área do envelhecimento).
Espetáculos
A 7ª edição do Festival Mental faz-se também das artes cénicas. “Una”, de Teresa Fabião, trata-se de um espetáculo multidisciplinar que cruza dança com linguagens como o vídeo, som e figurino.
Teresa Fabião recorre a diversas linguagens do corpo, da dança clássica à contemporânea, passando pelas danças africanas e afro-brasileiras. Tematicamente, “Una” explora o vírus HIV como metáfora e motor da transformação individual e coletiva.
A ideia é expandida através de entrevistas a quem convive com o vírus e de histórias de resiliência de outros corpos, na busca de uma perspetiva multivocal, capaz de abordar a complexidade do assunto. Como corporificar o invisível? Como falar do tabu?
No que à Dança diz respeito, o dia 20 de maio verá a apresentação de “Dois”, apresentado pelo Núcleo de Dança Terapia do Hospital Psiquiátrico de Lisboa e com coordenação cénica da psicóloga clínica Liliane Viegas.
Também o programa Mental Jovem apresentará, no dia 19 de maio, uma peça de teatro. “Maré Alta”, uma obra acerca da experiência da adolescência e “uma viagem pela ondulação interna cíclica e crescente da adolescência”, será apresentada pelo Grupo de Teatro Terapêutico da Unidade W+ da SCML – Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
A fechar o Festival Mental Lisboa, no dia 26 de maio, decorre, no Ferroviário, “My Story, My Song”, um espectáculo musical que reflete o percurso dos artistas convidados.