Festival Noruz: na Gulbenkian, cabem as tradições musicais da Ásia Central e do Médio Oriente

por Comunidade Cultura e Arte,    27 Março, 2023
Festival Noruz: na Gulbenkian, cabem as tradições musicais da Ásia Central e do Médio Oriente
Yulduz Turdieva. Fotografia cedida pela organização
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Noruz é o primeiro dia do ano para os povos do Cáucaso, da Ásia Central e do Médio Oriente, que marca o dia de renovação da Natureza ou, mais comummente, o primeiro dia da Primavera. Em Portugal, uma das comemorações desta milenar milenar far-se-á no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian, em Lisboa, que receberá três concertos no âmbito do homónimo Festival Noruz. Ao longo de três dias, celebrar-se-á a música e cultura de países do Médio Oriente e da Ásia Central, nomeadamente do Irão, Afeganistão, Cazaquistão, Quirguistão e Uzbequistão.

O festival tem início no dia 30 de março, pelas 20 horas, com um serão dedicado à música persa. Começará com um concerto da compositora e improvisadora franco-iraniana Farnaz Modarresifar, que interpretará repertório tradicional persa ao som do santur, uma espécie de cítara persa com uma sonoridade única. Farnaz estudou música clássica ocidental e música persa, dedicando-se tanto à tradição como à improvisação, resultando num estilo imprevisível marcado pelo virtuosismo. Na segunda parte deste primeiro dia, Ariana Vafadari apresenta o seu projeto Gathas, Songs My Father Taught Me, que simboliza a íntima ligação da cantora e compositora às suas raízes culturais persas. A voz de Vafadari foi classificada pelo New York Times como possuidora de uma “beleza comovente”. Com as duas artistas, estarão os músicos Haïg Sarikouyoumidjan (duduk), Yacir Ramid (alaúde) e Keyvan Chemirani (zarb/daf).

Farnaz Modarresifar. Fotografia cedida pela organização

No dia 31 de março, será a vez da música afegã ser homenageada, num espectáculo encabeçado por Homayoun Sakhi, músico radicado nos Estados Unidos que usa a improvisação para revigorar a música tradicional do Afeganistão. Num cruzamento de tradições pachtuns, tajiques, baluchis e hazaras, o concerto contará com o canto popular e a poesia mística afegãs. O próprio Homauyoun envergará o rubab, um alaúde de timbre metálico e anguloso. Com ele, estarão presentes Siar Hashimi na tabla, Ulzhan Baibussynova no canto e no dombra, e Aigerim Yersainova no kamaz.

O último dia, 1 de abril, será dedicado à música tradicional e danças populares de um país infrequentemente mencionado, o Uzbequistão. O espectáculo pleno de cor e alegria tem como personagem principal a cantora Yulduz Turdieva, considerada uma verdadeira diva na Ásia Central. Provinda da cena musical da milenar cidade Bucara, começou a cantar desde muito cedo. A sua qualidade vocal levou-a a outros territórios, incorporando no seu repertório tradições uzbeques, persas e turcas, tornando-a na intérprete perfeita para concluir a celebração do Noruz, que une tantas pessoas e territórios diferentes numa comemoração comum. A acompanhá-la, estarão Uktamjon Rasulov no tambur, Rustamjon Tagaykulov no doyre, Ulugbek Temirov na lira e Umid Vokhidov no ghaychak.

Cada um dos espectáculos tem o valor de 12 euros. Alternativamente, poderá ser adquirido um passe geral pelo valor de 24 euros, que dá acesso a todos os concertos. É uma oportunidade única para se juntar a festa coletiva que é o Noruz, uma das poucas tradições populares sobreviventes a conflitos e mudanças sociais profundas através dos séculos.

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