Festival Para Gente Sentada: o amor mora em Braga

por Joana de Sousa,    24 Novembro, 2017
Festival Para Gente Sentada: o amor mora em Braga
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A cidade de Braga foi novamente o palco do Festival para Gente Sentada, nos passados dias 17 e 18 de Novembro, que, como já nos tem vindo a habituar, trouxe à cidade um cartaz de luxo. O início deu-se no centro da cidade, no típico entardecer de Novembro, em que o crepúsculo já se faz de tons mais escuros.

Máquina Del Amor davam assim início à edição deste ano, com um convidado especial, João Vítor Costeira, ex-membro dos Grandfather’s House. Este assumiu o comando da bateria naquele que foi um concerto melódico e harmonioso, a aquecer a alma e corações dos espectadores que ali se aglomeravam e balançavam o corpo ao som da melodia.

Mais tarde chegava a hora dos concertos no belíssimo Theatro Circo, totalmente cheio para receber Noiserv, um mestre da versatilidade. Num cardápio que percorreu músicas antigas e outras mais recentes, David Santos deslumbrou o público de Braga, sem nunca se cansar de referir o quão feliz se sente sempre que toca naquela sala.

Noiserv

A ele seguiu-se Perfume Genius, um dos nomes mais aguardados desta edição, que não desiludiu. Numa performance visual sem precedentes, Mike Hadreas moveu-se no palco de forma irreverente, sem que ninguém ficasse indiferente, deixando que a música nos mova a nós mesmos.

A dar o pontapé de saída da noite no GNRation, estiveram os leirienses First Breath After Coma. Referiram que este é um dos últimos concertos da tour de Drifter, antes de começarem a gravar o novo álbum, e por essa mesma razão têm vindo a incluir na sua setlist “Dandelions”, como forma de despedida deste seu último trabalho. A surpresa da noite deu-se quando Noiserv subiu ao palco para interpretar “Umbrae” com a banda, a colaboração que os músicos fizeram no último álbum da banda leiriense.

O concerto de Holy Nothing fechou a primeira noite, também no GNRation. No entanto, seria uma desilusão para muitos espetadores. A banda demonstrou pouco fôlego, mesmo com o vocalista Pedro Rodrigues a mesclar-se com o público.

O segundo dia arrancou novamente no centro da cidade de Braga, com Ermo a abrir as hostes. Beats dançáveis e muita energia deram início à segunda noite do festival.

A abrir a noite no Theatro Circo, os Capitão Fausto apresentaram um pequeno documentário, Pontas Soltas, sobre o processo de criação das suas canções, nomeadamente do último disco, Capitão Fausto Têm os Dias Contados. As pausas do documentário davam lugar a performances ao vivo de músicas como “Amanhã Tou Melhor”, “Tem de Ser” ou “Alvalade Chama Por Mim”.

Julien Baker

Por entre melodias e acordes, Julien Baker encantou todo o público presente, num turbilhão de emoções. Julien dizia que o amor é uma palavra muito forte, quando alguém do público lhe gritou do público “I love you!”, mas o certo é que o seu concerto foi de emoções fortes, onde o amor não faltou.

Se as emoções estavam à flor da pele quando deixávamos o Theatro Circo, à chegada ao GNRation, a intensidade destas mesmas emoções ainda iria aumentar. Ao piano (e mais tarde na guitarra), Luís Severo e a sua doce voz encantavam uma sala completamente cheia, num outro concerto de emoções fortes.

A encerrar a noite e esta edição do festival esteve Moullinex, o projecto de Luís Clara Gomes, naquele que foi possivelmente o melhor concerto de todo o festival. Percorrendo o rock, funk e disco, a seleção dançável era imensa e o público na Blackbox não se deixou ficar: a viagem foi feita com muita dança e muita energia frenética na esperança de que a noite não tivesse fim. E quase não teve. Pelas ruas da cidade de Braga ou no espaço Livraria Mavy, a festa continuou madrugada fora, com a música a unir público e artistas numa celebração e num “até já” àquele que é um dos festivais mais belos e, certamente, mais aguardados do ano.

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