Gonçalo M. Tavares lança novo livro, “O Diabo”: “um mundo de histórias e possibilidades quase infinitas”

por Rui André Soares,    3 Outubro, 2022
Gonçalo M. Tavares lança novo livro, “O Diabo”: “um mundo de histórias e possibilidades quase infinitas”
“O Diabo”, novo livro de Gonçalo M. Tavares (ed. Bertrand Editora)

Depois de lançar, em Julho deste ano, “A Pedra e o Desenho” (ed. Relógio D’Água), com desenhos de Julião Sarmento, o escritor lança agora “O Diabo” (ed. Bertrand Editora), terceiro livro das “Mitologias”.

Gonçalo M. Tavares começou a publicar aos 31 anos e, desde então, não tem parado. Em 2006, no programa “Por Outro lado“, na RTP2, referiu que foi com disciplina “auto-militar” que escreveu inúmeros livros mesmo antes de os publicar. Segundo referiu, começou “a escrever com alguma intensidade e disciplina a partir dos 20 anos. Era uma disciplina “auto-militar”: deitava-me muito cedo e, normalmente, às 5h30, 6h, acordava e, às 7h, estava a ler e a escrever [durante três ou quatro horas]. Fiz isto durante 11 ou 12 anos e não foram muitas as manhãs que falhava”, revelou.

Poucos anos depois, o escritor já tinha recebido vários prémios importantes, tais como: o Prémio Branquinho da Fonseca, da Fundação Gulbenkian e do jornal Expresso, com o livro “O Senhor Valéry”; o prémio Ler Millennium bcp, com o livro “Jerusalém”; o Prémio Saramago, com o mesmo livro, e o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores “Camilo Castelo Branco”, com o livro “água, cão, cavalo, cabeça”.

“É um espaço imaginário onde, entre muitos outros, se entrecruzam o diabo, a escola, os corvos e o trator, as palas com todas as suas limitações e virtualidades, o cemitério de aviões e a loucura, os direitos dos homens, o Grande-Armazém, o Povo-Armazenado, os três fios vermelhos, os Doze-Apóstolos, a canalização, os piolhos, o crânio de Olga, os nomes, Paris, os Nómadas, o Comboio e os Meninos, o Homem-que-Quando-Fala-Não-se-Entende-Nada, o crescimento de Alexandre (a linha recta).”

Excerto da sinopse de “O Diabo” (ed. Bertrand Editora), novo livro de Gonçalo M. Tavares.

Para além da grande produção literária — tem 26 livros publicados só pela editora Relógio d’Água — a obra de Gonçalo M. Tavares está, também, a ser traduzida em cerca de 60 países e os seus livros estão a dar, ainda, origem a peças de teatro, dança, peças radiofónicas, curtas-metragens, performances e projectos de arquitectura. No início deste ano houve, inclusive, um ciclo no Teatro Aveirense, na cidade onde o escritor passou parte da sua juventude, sobre “A Escrita Cénica de Gonçalo M. Tavares”.

“A Pedra e o Desenho (ed. Relógio D’Água), livro de Gonçalo M. Tavares com desenhos de Julião Sarmento

Em 2009, em declarações ao Ípsilon, Gonçalo M. Tavares referia que esta diversidade o agradava e que a tradução de vários livros também era importante: “Agrada-me o facto de todos os meus livros, mesmo os mais estranhos e difíceis, estarem a ser traduzidos. Também  é importante saírem vários livros no mesmo país. Esta continuidade é importante pois só assim os leitores podem estabilizar e conhecer o trabalho com alguma profundidade. A reacção tem sido óptima, a diferentes níveis. Para além da recepção aos livros — algumas de pessoas que admiro muito — já aparecem peças de teatro, de arte e arquitectura, filmes de animação, teses académicas, etc., e em vários países”, sublinhou.

Agora, com 52 anos, e depois de lançar “A Pedra e o Desenho” (ed. Relógio D’Água), com desenhos de Julião Sarmento, em Julho deste ano, o escritor lança outro novo livro, “O Diabo”, o terceiro das “Mitologias”. A obra, editada pela Bertrand Editora, tem 200 páginas e um preço de 17,70€. O livro “vem juntar-se ao mundo literário das Mitologias, um universo habitado por personagens que se movem num tempo e espaço indeterminados onde o referencial é aquilo que nos vai sendo contado. Aqui a verdade científica e a sua lógica pouco importam“, pode ler-se na sinopse. É dito, ainda, que este livro “é um mundo de histórias e possibilidades quase infinitas em que um espaço ou uma máquina se podem transformar em personagens, mas é também um universo onde encontramos valores fundamentais, território privilegiado do mito, como o bem e o mal, o medo e a coragem, a tranquilidade e a violência, o desconhecido e o familiar“.

Este novo livro, “O Diabo”, terá uma apresentação encenada no dia 8 de Outubro no Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos, pelas 19h30, com leituras e momentos musicais.

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