Hayao Miyazaki não gosta de “The Lord of the Rings” e declarou-se anti EUA
Grandes blogs japoneses repescaram uma entrevista Hayao Miyazaki onde este se declara anti Estado Unidos da América.
Hayao Miyazaki tornou-se um cineasta imprescindível naquilo que mostramos aos nossos miúdos em tempos nos quais as máquinas e as tecnologias dominam todas as atenções. Um cinema que, não obstante as mensagens realistas, abrange uma fantasia que leva a sonhar com o melhor da realidade.
No início do ano, e através de Vincent Maraval, fundador e chefe da produtora e distribuidora Wild Bunch, ficámos a saber que Miyazaki e o seu filho Gorō Miyazaki estão a trabalhar em dois projectos para os estúdios Ghibli: “Posso testemunhar, Miyazaki pai e filho estão a trabalhar. Duas novas produções dos estúdios Ghibli estão em andamento e os desenhos são incríveis! É uma grande emoção“.
Agora, em Março, grandes blogs japoneses, como Hachima Kikou e Yaraon, repescaram uma entrevista Hayao Miyazaki onde este revela que pode gostar de muitas coisas mas que filmes como “The Lord of the Rings” ou “Indiana Jones” não estão de todo entre os seus favoritos.
“Se alguém é o inimigo, não há problema em matar um número infinito de pessoas“, afirmou Miyazaki. ““The Lord of the Rings” é assim. Se és o inimigo, matas sem separar civis de soldados. Não há danos colaterais (…) “The Lord of the Rings” é um filme que não tem problema em fazer isso [não separar os civis dos inimigos, aparentemente]. Se ler o trabalho original [de J. R. R. Tolkien], entenderá, mas na realidade, os que foram mortos são asiáticos e africanos. Aqueles que não sabem disso, ainda dizem que amam a fantasia, são idiotas.”
O cineasta japonês foi ainda mais longe dizendo que “Mesmo nos filmes de “Indiana Jones”, há um homem branco que, “bang”, dispara nas pessoas, certo? Os japoneses que acompanham e desfrutam disso são incrivelmente embaraçosos. Vocês são aqueles que, “bang”, levam um tiro. Ver [esses filmes] sem qualquer autoconsciência é inacreditável. Não há orgulho, não há perspectiva histórica. Não sabes como és visto por um país como a América.”
Segundo o blog de jogos electrónicos Kotaku, que faz parte da Gawker Media, Miyazaki já fez outros comentários negativos sobre os Estados Unidos, dizendo: “Não gosto dos Estados Unidos que abandonaram as bombas nucleares e não se arrependem“. E acrescentou que era “contra a americanização” e “odeia pessoas que são orgulhosas” e pessoas que usam crachás do Exército dos EUA e da Força Aérea dos EUA que encheram o Vietname de dioxinas. Por fim, o realizador também revelou ser contra jeans, bourbon, hambúrgueres, frango frito, coca-cola, café americano e até Nova Iorque, ou a Disneyland.