Holy Nothing lançam “Real”, segundo capítulo do seu novo longa-duração
Depois do lançamento do EP de apresentação (Boundaries, 2014) e do álbum de estreia (Hypertext, 2015), os Holy Nothing lançam agora o segundo capítulo do seu novo longa-duração – Plural Real Animal – um álbum com edição fragmentada. Este álbum apresenta uma narrativa repartida em três capítulos (Plural, Real e Animal), que estão a ser apresentados em três momentos distintos. Cada um com uma identidade própria, cada um abraçando uma geografia específica e que no final serão agrupados para formar um álbum e permitir uma quarta interpretação por parte do ouvinte.
Apresenta-se agora o segundo destes três fragmentos – Real. Tal como já tinha acontecido no capítulo anterior, os Holy Nothing rodeiam-se de amigos, de diferentes países, de diferentes universos musicais, em prol de um trabalho cada vez mais colaborativo e multi-referenciado. Um novo capítulo constituído por três canções, desenvolvidas em conjunto com três produtores diferentes.
Entre estas, “Caixa Preta”, um tema enérgico e direto em que a banda se deixa invadir pela força da produção inconfundível de Moullinex. Nesta música, as vozes são divididas com Ângelo B, vocalista do projeto de música brasileira, sediado no Porto, Bamba Social. Esta música reforça a ponte transatlântica Portugal-Brasil, iniciada anteriormente em Plural com as colaborações com BaianaSystem e Barbatuques.
Em “Humans”, temos uma música dançante que, estranhamente, parece ter sido composta para ouvir com o volume baixo. A produção ficou a cargo de Rui Maia, que optou por uma estética vagamente lo-fi, em que as vozes se destacam sobre um instrumental preenchido por mantas de baixos, sintetizadores e groove-boxes que vão construindo diferentes ambiências ao longo da música.
Por último, “Bridge” apresenta-se como um tema electrónico com produção de Pedro Rompante difícil de catalogar (não é disco, não é house, não é techno, não é pop, não é…). Com alguns resquícios da New Wave que a banda já havia experimentado no passado, somos surpreendidos a meio da música por um solo inusitado de harmónica de Paul Pacifico, que nos transporta para um momento groovy, único em todo o álbum.
Este capítulo, Real, assenta numa dicotomia difícil de resolver – os ritmos são quentes, enérgicos, dançantes; as letras contam uma história diferente. Relatam um manifesto sobre o cansaço perante o paradoxo da homogeneização neste novo mundo de múltiplas opções, do discernimento simultaneamente veloz e fugaz afundado em dogmas e novos ápices do livre arbítrio nesta presente cultura do white noise.
Real foi lançado a 29 de Novembro.