Humans Before Borders organiza protesto para libertação de navios de resgate no mar Mediterrâneo
Na passada segunda-feira, o colectivo HuBB – Humans Before Borders iniciou a campanha #freetheships, exigindo a libertação imediata dos navios de resgate Alan Kurdi e Aita Mari, navios esses que estão impedidos de cumprir a sua missão no mar Mediterrâneo. A inação do governo italiano reforça a necessidade de ação por parte da sociedade civil e portanto, o colectivo organiza para sexta-feira, 29 de Maio, um protesto junto do consulado Italiano no Porto e na Embaixada de Itália em Lisboa.
Desde 13 de Abril que não há navios civis de resgate no mar Mediterrâneo central. Alan Kurdi, navio de resgate da ONG Sea-Eye, e Aita Mari, navio de resgate da ONG espanhola Salvamento Marítimo Humanitario, foram imobilizados no dia 5 de Maio pela guarda costeira e pelas autoridades italianas por razões “técnicas e de segurança”.
Com esta ordem administrativa, de caráter meramente político cujo objetivo é manter a ajuda humanitária afastada do mar mediterrâneo central, os navios ficam impedidos de seguir com a suas missões de busca e salvamento. Só em 2020 mais de 146 pessoas perderam a vida no Mediterrâneo Central. Ficam também impedidos de exercer a sua ação de vigilância e de denúncia activa, com consequente aumento do número de pushbacks ilegais para a Líbia e inúmeras violações dos direitos humanos.
Está planeado um protesto simbólico para o dia 29 de Maio no consulado Italiano do Porto pelas 7:30 da manhã e outro na embaixada Italiana de Lisboa para as 8:00. Esta acção simbólica, que irá cumprir todos os cuidados necessários impostos pela DGS, tem como objectivo a sensibilização do corpo diplomático Italiano em Portugal mas também a sensibilização geral para este problema que coloca vidas em risco.
O colectivo também partilha a petição online da ONG alemã Sea-Eye pelo fim das medidas restritivas impostas a estes navios. O colectivo garante que não irá cessar esta campanha até que estes navios possam voltar ao mar e desempenhar a função que os estados europeus se demitiram de fazer.