Já se podem ler as primeiras críticas ao “Joker”

por Comunidade Cultura e Arte,    3 Setembro, 2019
Já se podem ler as primeiras críticas ao “Joker”
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###Contém spoilers###

“Joker” estreou no Festival de Veneza no passado Sábado, onde foi ovacionado durante cerca de oito minutos. Para além do trabalho de Todd Phillips (o realizador) a prestação de Joaquin Phoenix como Joker foi muito elogiada, falando-se inclusive em Óscar para Melhor Actor.

Phillips, o mesmo que realizou “Old School” (2003), “The Hangover” (2009) ou “Due Date” (2010), obteve assim críticas maioritariamente positivas, mas alguns críticos de cinema, que viram o filme em Veneza, não se ficaram só pelos elogios. No fim de contas, o filme é sobre a origem de um dos vilões mais importantes do cinema num contexto sócio-político, actual e potencialmente insensível.

Para o crítico David Rooney, do The Hollywood Reporter, “Joker” é “construído em torno de uma espiral que vai dum excluído solitário a um assassino enlouquecido”, “é um estudo psicológico neo-noir ancorado na alienação urbana e inspirado em “Taxi Driver” como o retrato da ascensão de um super-vilão”, Rooney vai ainda mais longe dizendo que “é indiscutivelmente o melhor filme do universo Batman desde “The Dark Knight” e “que a performance de Joaquin Phoenix é arrebatadora”.

Ao Los Angeles Time, o realizador Todd Phillips contou que Phoenix teve de perder cerca de 23 quilos para fazer a personagem.

Já para David Ehrlich, crítico dIndieWire, “Joker” parece uma refilmagem, cena a cena, de “The King of Comedy”, de Martin Scorsese, que era um filme sobre um homem sem talento que foi convencido de que era especial: “este filme [“Joker”], por contraste, é sobre um homem talentoso que se convence de que ninguém é especial. Essa perspectiva permite a Phillips simular uma posição apolítica e falar para pessoas do nosso mundo que estão predispostas a pensar em Arthur [Joker] como um modelo: homens brancos solitários, criativamente impotentes que são atraídos por ideologias de ódio por causa das comunidades raivosas que se fomentam à sua volta.”

Mas o crítico não se fica por aqui e escreve ainda que “é uma abordagem confusa e auto-negativa para um filme que mostra a vingança pessoal como uma fagulha viável para uma revolução política, e uma abordagem profundamente perigosa para um filme que está muito impressionado com a própria subversão para ver Arthur Fleck [Joker] como alguma coisa para além de um herói.”

Por fim, e para o crítico Richard Lawson, da Variety: o filme consegue “a façanha ágil de contar a origem de Joker como se fosse sem precedentes. Sentimos quando Bruce Wayne chega à história; está lá menos como uma força do que como um presságio. E sentimos uma emoção enorme quando Arthur [Joker], saindo do outro lado da sua fúria, emerge com uma maquiagem esborratada, com cabelos verdes e um fato colorido.”

“Joker” estreia nos cinemas portugueses a 3 de Outubro de 2019.

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