NOS Primavera Sound. Impacto de 36,1 milhões de euros gerado por 100 mil festivaleiros
Alojamento, deslocações e refeições dos participantes nacionais e internacionais foram os principais valores a somar ao balanço do impacto económico do NOS Primavera Sound 2022, que ascendeu aos 36,1 milhões de euros. Só no recinto, os festivaleiros gastaram em média 136,41 euros nos três dias e mostraram níveis de satisfação elevados.
Segundo o estudo conduzido, no recinto do festival, pelo ISAG – European Business School e pelo Centro de Investigação em Ciências Empresarias e Turismo da Fundação Consuelo Vieira da Costa (CICET-FCVC), 37% dos festivaleiros eram de nacionalidade estrangeira. Com 33 nacionalidades diferentes identificadas no recinto, destacaram-se Espanha, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e ainda Brasil, Estados Unidos da América e Suíça como os principais países de origem.
Os visitantes nacionais que chegaram de fora da Área Metropolitana do Porto (AMP) juntaram-se também às contas do impacto económico, que fez movimentar hotelaria, restauração e atividades turísticas ao longo deste fim de semana prolongado e repleto de música.
Para visitantes nacionais e estrangeiros, o alojamento foi a despesa mais significativa (126,9€ por dia), com 35% dos festivaleiros escolherem permanecer em hotel, 29% em alojamento local, 18% em casa de amigos e 10% em hostel. O preço foi mesmo o fator que mais pesou na escolha da estadia de 42% do público, seguido da proximidade do recinto (25%) e da experiência anterior (13%).
As deslocações e viagens foram a segunda maior despesa para quem visitou a cidade do Porto durante estes três dias (67,9€ por dia). Entre os gastos, contaram-se ainda refeições (47,2€, por dia), cultura e lazer (45,3€) e compras ou presentes (42,7€).
De referir que entre os estrangeiros e residentes fora da AMP, 87% indicaram deslocar-se ao Porto propositadamente para o NOS Primavera Sound. Porém, 46% queriam aproveitar a visita para conhecer o património da cidade, a animação noturna (41%) e as caves de Vinho do Porto (32%).
Dentro do recinto, o gasto médio por pessoa (residentes, visitantes nacionais e internacionais) durante os três dias foi de 136,41€, excluindo a aquisição do bilhete ou passe geral (este último, a escolha de 56,5% dos inquiridos). O valor subiu 32% desde 2019, edição em que este gasto médio diário se fixou nos 103,65€.
Em 2022, os pagamentos tornaram-se mais digitais, com o MBWay a ser escolhido por 21,7% dos festivaleiros e meios como Apple pay, Google pay e Crypto Wallet a colherem já a preferência de 5,5%. Apesar disso, o cartão bancário continua a ser a preferência da maioria (54,1%).
Desta forma, o NOS Primavera Sound, que, segundo a organização, recebeu 100 mil visitantes, gerou um impacto global de 36,1 milhões de euros, apurado pelo estudo desenvolvido pelo ISAG e CICET-FCVC.
A alegria do regresso e da chegada de 69,8% de público estreante:
O festival que marcou o regresso dos grandes eventos de música, três anos depois, foi também um regresso para 31,2% do público que afirmou ter já participado em pelo menos uma edição anterior do NOS Primavera Sound. 13% eram mesmo verdadeiros “recordistas”, nunca tendo falhado uma edição desde 2012.
Contudo, o NOS Primavera Sound conseguiu também conquistar novos públicos, com 69,8% dos inquiridos a afirmarem que estavam a conhecer o evento pela primeira vez.
A música moveu novos e velhos conhecidos do NOS Primavera Sound, mas também a localização foi valorizada com 4,34 (de 1 a 5) no momento de os participantes apontarem as razões que os fizeram ir ao festival. Porém, há mais para experienciar: “cartaz” (4,19), “reputação do festival” (4,18), bandas “cabeça de cartaz” (4,14) e a “socialização” (4,13) foram também motivos fortes na decisão de participar no evento.
Satisfação elevada e 72,11% a quererem voltar:
No balanço final de três dias de festival, a avaliação global dos festivaleiros fixou-se nos 4,24 (de 1 a 5). Só no que à música diz respeito, o palco NOS recebeu o maior grau de satisfação dos festivaleiros (4,25, de 1 a 5), seguido dos palcos Super Bock (4,08), Cupra (3,90) e Binance (3,84).
A localização do festival continua a ser chave para o público e avaliada de forma muito positiva (4,55, de 1 a 5). A “organização” (4,25), a “cenografia” (4,24), os “horários dos concertos” (4,03) e a “restauração” (4,02) também receberam nota positiva do público.
A “acessibilidade” foi classificada com 4,21, tendo a maior percentagem dos festivaleiros (31,62%) chegado ao recinto através de carro próprio. Aos principais meios de deslocação até ao NOS Primavera Sound, juntaram-se ainda autocarro (20,87%), metro (12,43%), TVDE (9,95%) e as deslocações a pé (9,24%).
A satisfação dos festivaleiros reflete-se ainda na vontade de regressar ao festival: 72,11% querem fazê-lo já na próxima edição. Ainda este ano, com a “época de festivais” já aberta, 57,46% tencionam ir a pelo menos dois destes eventos.
Um festival Instagramável:
As flores na cabeça, o pôr-do-sol, a cenografia, os amigos e, claro, os concertos: tudo bons motivos para um registo fotográfico partilhado no mundo digital. 71% dos festivaleiros admitiram partilhar conteúdos nas redes sociais, com o Instagram a dominar a quase totalidade das partilhas (94%).
50,71% do público do NOS Primavera Sound era do género feminino. Já a média de idades aumentou ligeiramente desde a última edição (28,7 anos), mantendo-se agora nos 29,9 anos.
Na análise sociodemográfica feita no recinto, pelo ISAG e pelo CICET-FCVC, registou-se ainda um elevado grau de escolaridade, já que 73,44% tinham pelo menos completado uma Licenciatura.
Ficha Técnica do Estudo:
Título: Estudo de Públicos e de impacto económico na cidade do Porto do NOS Primavera Sound 2022.
Objetivos gerais: Caraterização do público e de impacto económico do NOS Primavera Sound 2022 numa dupla perspetiva: durante e após evento.
Entidade Responsável: ISAG – European Business School e Centro de Investigação em Ciências Empresariais e Turismo da Fundação Consuelo Vieira da Costa (CICET-FCVC)
Amostra: 1.126 inquiridos (9, 10 e 11 de junho), com um intervalo de confiança de 95% e um erro amostral de 5%, pelo que as amostras recolhidas são representativas da população em estudo.