O primeiro álbum dos Dire Straits celebra 40 anos
A 7 de Outubro de 1978, os britânicos Dire Straits lançavam o seu primeiro álbum de originais. A banda formada em Londres no ano anterior, e constituída pelo ilustre vocalista e guitarrista Mark Knopfler, pelo seu irmão David Knopfler, também ele guitarrista, o baixista John Illsley e o baterista Pick Whitters, já era conhecida pelas suas performances na abertura dos concertos de outras bandas e intérpretes, tais como Bob Dylan e Talking Heads. O reportório destes intérprete teve um contributo inicial muito significativo nas canções e nos concertos dos Dire Straits, que se mostravam assim ser uma forte promessa nos anos vindouros. Após várias tentativas de afirmação durante os primeiros meses após a sua formação, chegava finalmente o momento do grupo mostrar pela primeira vez ao mundo os seus originais, muito para além daquilo que exibiam nos concertos de abertura, como assim eram conhecidos. O álbum, intitulado com o mesmo nome da banda, teve um sucesso bastante considerável muito graças às letras de Mark Knofler e à ajuda de John Illsley na composição das canções. Gravado entre Fevereiro e Março do mesmo ano, este seria finalmente o trabalho que projectaria os Dire Straits num mundo extremamente receptivo às novidades musicais, ganhando até mesmo um espaço no universo do rock numa altura em que este era um estilo musical que continuava em constante evolução.
O álbum, composto por nove faixas, inicia-se com Down to the Waterline, uma melodia que mostra um compasso acelerado característico dos Dire Straits com uma letra bastante trabalhada e com a voz e o dedilhar característico de Mark Knopfler que se propagam pela canção. Já Waters of Love, exibe algumas marcas da influência de Bob Dylan na banda pois é uma melodia um pouco mais trovadora com um ritmo mais calmo. Setting Me Up, trata-se de uma canção com um tom mais country que mostra mais uma vez a versatilidade de uma banda que se conseguia adaptar a diversos estilos do rock. Voltando a um ritmo mais calmo, segue-se Six Blade Knife, uma canção onde a percussão perde a intensidade deixando-se dominar pelas cordas e pela voz suave de Mark Knopfler seguindo-se de Southbound Again uma melodia também ela suave, mas com um ritmo mais acelerado do que a anterior.
A sexta faixa trata-se do ilustre Sultans of Swing, a canção que muito provavelmente imortalizou os Dire Straits no universo do rock. Para além dos seus seis minutos de duração, a identidade dos Dire Straits enquanto banda, bem como a dos seus músicos, está representada de um modo esplêndido nesta canção que ainda hoje é reconhecida como uma das mais belas melodias do rock. Além do mais Mark Knopfler consegue exibir um solo de guitarra majestoso que é considerado como uma das mais belas sinfonias de guitarra alguma vez inventadas. In the Gallery, sétima faixa do álbum, trata-se de uma melodia também ela longa, com uma letra que parece retratar uma galeria de arte, regressando assim a um ritmo mais calmo e suave e onde a sintonia musical entre os músicos está bem representada. Os sons acústicos intensificam-se em Wild West Endonde para além de uma viola podemos também ouvir um piano no início de uma canção com uma letra com alguma influência do mestre Bob Dylan. O álbum encerra-se com Lions, uma canção mais pausada que se encerra com um típico solo de guitarra de Mark Knopfler.
Os Dire Straits conseguiriam assim o seu primeiro grande feito após várias tentativas nas exibições nos concertos de abertura de outras bandas durante a década de 70, onde procuravam encontrar a sua ascensão. A partir daqui, ainda que com a entrada e a saída constante de membros na banda, o caminho foi sempre a subir com o lançamento de mais cinco álbuns de originais, presença constante dos maiores festivais e concertos do mundo e, acima de que tudo, canções que ficaram para sempre na história da música rock. Apesar do desmembramento definitivo da banda em 1995, as canções dos Dire Straits continuam a ter uma influência muito considerável no mundo do rock e também na extraordinária carreira a solo do mentor Mark Knopfler que onde faz questão de exibir nos seus concertos o reportório da banda que o conseguiu elevar para o topo, recordando os tempos gloriosos onde as multidões de amantes do rock marcaram sempre presença nos concertos, no crescimento e no sucesso dos Dire Straits como uma das maiores bandas dos tempos modernos.