O que falta ao jornalismo cultural? Descentralização, educação para os média e bons conteúdos
A literatura sempre caminhou de mãos dadas com os média, em especial a imprensa escrita. Baudelaire, Émile Zola e Hemingway, que foi correspondente da Guerra Civil Espanhola, são apenas alguns dos exemplos da relação entre os grandes autores, o jornalismo e a crítica. No início da atividade, mais influenciada pelo estilo francês, essa relação era bastante estreita. Mas, à medida que a pirâmide invertida, própria do modelo americano, se foi incrementando, tornou-se essencial respeitar o lead (o quê, quem, onde, como, porquê), assim como fazer-se uso de uma linguagem simples, direta e concisa. Aliás, para o modelo americano, concisão é mesmo a palavra de ordem, uma vez que o leitor tem de ficar informado do essencial logo no início, sem a necessidade de chegar ao fim do texto. Foi desta forma que o género notícia ganhou relevo em detrimento das grandes reportagens ou artigos de fundo.
As vantagens do modelo americano foram mais do que muitas e foi um método extremamente útil. Numa época pautada pela iliteracia, analfabetismo e hábitos de leitura regulares bastante raros, a técnica da pirâmide invertida e um bom título ― a letras bem visíveis ― foram cruciais para se estabelecer a ponte com grande parte da população. Era esta a verdadeira intenção de Joseph Pulitzer e da revolução que levou a efeito no mundo dos jornais. Revolução, essa, que foi precisa.
A massificação da informação permitiu que mais indivíduos, independentemente da sua classe social, pudessem abrir o jornal e, pelo menos, ficar a par do essencial de forma direta, explícita, simples e, acima de tudo, compreensível a todos os estratos sociais, independentemente das habilitações literárias. A informação deve, dessa forma, ser servida em textos curtos, porque estima-se que, a priori, quem não tem hábitos de leitura regulares tem mais dificuldade em ler um texto extenso até ao fim. Mas, apesar das vantagens e facilidades em se ter chegado ao grande público, há, por outro lado, grandes desvantagens que estão a minar, atualmente, a imprensa escrita e a sua relação com os leitores.
Em primeiro lugar, há a perpétua estereotipização do público-alvo por parte da imprensa, o que, em vez do desenvolvimento, só contribui para a estagnação. Uma vez que o principal mote da imprensa deveria ser procurar o diferente, a novidade e, dessa forma, acrescentar conhecimento, como é que isso poderá acontecer se os programadores e editores de jornal continuarem a tratar os leitores como pessoas que, a priori, só irão ler os títulos? Tal traz consequências nefastas como, por exemplo, um maior domínio sobre a informação que deve ser difundida e não.
Quanto mais uma notícia depender de um título e de um lead, menor necessidade haverá de aprofundamento, o que contribuirá para se olhar para as questões de forma demasiado célere, radical (essencialmente), sem se prestar atenção aos entremeios da informação. À luz deste facto, podemos, então, perguntar se a democracia e a descentralização da cultura e informação foram, alguma vez, verdadeiramente implementadas. Outra questão prende-se com a crescente proliferação online de sites e blogs, prontos a disseminar a informação ao segundo. Há bons exemplos de sites e, até, blogs que têm uma preocupação genuína em passar a informação de forma honesta, com discernimento e com a verdadeira preocupação de serviço público que, por vezes, falta na imprensa tradicional. Temos de reconhecer, no entanto, que devido a essa mesma proliferação de minuto a minuto que a Internet permite e a consequente falta de tempo, o mais comum é vermos, em replicado, em quase toda a imprensa nacional, os mesmos títulos e a mesma informação escrita de forma exatamente igual.
Tal ideia torna-se ainda mais assustadora se pensarmos que há só uma agência noticiosa em Portugal, a Lusa, responsável pela grande difusão de notícias no nosso país. Notícias, essas, que, grosso modo, se limitam a ser reformuladas (quando acontece, já não é mau) pelas redações. A questão que se coloca é a seguinte: qual é, então, o fator distintivo que fará um leitor sair da Internet e procurar um jornal impresso? O que fará o leitor preferir um jornal tradicional e dito profissional, e não um blog que também saberá, de igual forma, republicar informação ou escrever uma notícia de cinco linhas?
É curioso pensarmos que a imprensa tradicional, justamente a que tem decaído, se tem aproximado, cada vez mais, das respectivas marcas online. Essa foi uma estratégia seguida pelo Diário de Notícias, por exemplo, que teve um período em que deixou de ser impresso durante a semana e se mudou para o online, mas, antes disso, já havia passado por reformulações que limitavam o tamanho do jornal em papel. Essas marcas online, porém, não se pautam, necessariamente, por mais informação. Pelo contrário, os mesmos artigos e notícias baseados nos mesmos takes da Lusa.
Quais as consequências para o jornalismo cultural, numa vertente mais ampla? Jornalisticamente, vivemos numa dinâmica cultural mais direcionada para o lifestyle, muito mais dependente dos assessores de imprensa e do que poderá dar likes e não. A carência de recursos humanos, aliada à falta de tempo, por exemplo, faz com que as secções culturais dos jornais estejam mais reféns de eventos de agenda – o que carece de cobertura momentânea ou dentro de um espaço temporal preciso, caso contrário, perde o valor notícia – em detrimento de outros assuntos que, por investigação própria, poderiam auferir à secção o tal fator distintivo que poderia, de facto, levar o leitor a adquirir a publicação, no meio de outras capas iguais. É curioso notar, porém, que, enquanto o jornalismo tradicional se tornou refém da sua perceção daquilo que era, afinal, a linguagem da Internet, a imprensa de raiz online – tendo como objetivo seguir uma via inversa – tentou, pelo menos, reivindicar esse mesmo fator de identificação. Pode parecer estranho, é compreensível. Mas enquanto os jornais tradicionais tentavam adaptar-se à Internet com mais restrição de espaço e afins, outros de raiz online já não queriam estar reféns dessas contingências.
Pode-se gostar ou não da linha editorial do ‘Observador’. Para o que aqui interessa, no entanto, vale a pena relembrar que, quando o jornal se apresentou, referia ter como sua principal força as ‘long reads’. É muito comum, por exemplo, novos blogs ou revistas online especializadas em música – e isto é só um exemplo – fazerem um trabalho muito melhor no que toca a dar a conhecer um novo artista, do que propriamente a imprensa tradicional. Podem fazer, por isso mesmo, um trabalho de descoberta, para o qual a restante imprensa deixou de ter tempo. Basta ver qual foi a estratégia utilizada pela “Blitz”. É verdade que a revista é diferente do site, site esse que já nada tem a ver com música. Mas, quer queiramos ou não, fizeram com que fosse o site a estabelecer a aproximação da marca “Blitz” com o público. Aproximação essa que tem como base os fait divers e o clickbait, sem qualquer tipo de sumo.
Com a vaga de despedimentos e escassez de recursos humanos que abalou, por completo, a estrutura da ‘Controlinveste’, tornava-se difícil, senão impossível, oferecer um outro tipo de jornalismo que não aquele que se pauta pela falta de investigação, associado a assessores e à indústria empresarial cultural. O caso específico do “Diário de Notícias” torna-se interessante se pensarmos que decidiu abandonar, por exemplo, o “Quociente de Inteligência”, o suplemento publicado aos Sábados, que tinha a benesse de não ser tão óbvio nos seus conteúdos de destaque como, também, fazia a ponte com grandes ensaios ou investigações internacionais que eram publicados, por exemplo, em revistas de referência como a New Yorker. Quem leu o Q.i, percebeu, claramente, que a estrutura do suplemento estava pensada e enquadrada mais numa lógica de investigação, além de ensaística. Mas qual o resultado de todas essas tentativas de mudança do jornal? O DN voltou, de novo, a ser um jornal diário impresso e com um novo suplemento cultural, embora distante da ideia original do “Q.i”.
A verdade é que os média se focaram, em demasia, em adaptar-se à plataforma e não o seu oposto. Isso trouxe as suas consequências a uma imprensa escrita já de si apática e com uma escassez gritante de recursos humanos. Provocou um ciclo vicioso do qual se torna bastante difícil de sair. Ou seja, quanto menos recursos humanos, menos conteúdos de qualidade e menos receitas; menos conteúdos de qualidade e menos receitas, menos possibilidades de se suportar mais recursos humanos. Claro que se poderá contrapor com o seguinte: há projectos que fazem um bom trabalho, que apostam em reportagens, investigação e bons conteúdos, mas, mesmo assim, não chamam a atenção dos leitores.
É verdade. Mas vamos atentar nos casos específicos do JL e do Quociente de Inteligência. O problema em comum partilhado por este suplemento e jornal foi, por um lado, a sua elitização e, por outro, a centralização do nosso país — algo que nenhum destes dois títulos soube combater. Acredito que o suplemento Q.i. tenha sido, principalmente, refém do próprio DN: um jornal que tem como público-alvo o lisbonense, mas que se esquece que tem uma tiragem que cobre todo o país. Destaco que a delegação do Diário de Notícias, no Porto, não tinha, por exemplo — pelo menos antes da sua reformulação — nem um jornalista na secção Artes. Se, a nível cultural, já há uma grande centralidade das indústrias, como podemos esperar que uma pessoa de Trás-os-Montes tenha gosto em ler um artigo sobre uma conferência literária na Gulbenkian, por exemplo? Mesmo que seja interessante, será que estão à espera que alguém, a título pessoal, sem obrigações laborais, faça uma viagem de 5 horas para ir assistir? Apenas não é viável. Mas lá está, o DN é vendido em Trás-os-Montes também. O caso do Jornal de Letras é mais grave, porque já nem se encontra, sequer, em todas as papelarias ou tabacarias. Daí, depreendemos que já há toda uma segmentação feita a priori. Em Trás-os-Montes, por exemplo, é possível que haja alturas em que uma ou outra papelaria possa ter, efectivamente o JL, mas, em outras alturas, já não. Depois, temos o suplemento Ípsilon, é verdade. Mas o problema do suplemento Ípsilon é que, no meio dos jornais portugueses, é só um com aquela linha e abrangência. Quando assim é, mais cedo ou mais tarde o pluralismo acaba por se ressentir, de uma forma ou de outra.
Em suma, talvez o Jornalismo Cultural, até pela sua relação primeira com a literatura, pudesse mesmo estar na linha da frente para marcar a diferença com profissionalismo, para o escrutínio e aprofundamento das reportagens, mas falhou. Se se pode dizer que as massas não se interessam por bens culturais, é só porque a sua democratização verdadeira nunca existiu e continua por existir. Nunca houve, aliás, o interesse em inverter esta tendência. Tal reflete-se num mundo jornalístico umbiguista que, mais do que o simples gosto de informar, confunde esse ato com vaidade e luta de egos. Uma aproximação ao público nesses moldes jamais poderá ser verdadeira e, por conseguinte, funcionar. Não, a culpa não é só da Internet. Recordo as três palavras-chave que podem, efetivamente, salvar o jornalismo impresso: “proximidade”, “aprofundamento” e “investigação”. Claro que este não é um imbróglio fácil. Uma vez que a educação para os média, de momento tão necessária, nunca foi realmente feita, nunca será certo esperarmos que um jornal bem elaborado, assente nestas três premissas, possa, realmente, singrar e fazer sucesso. Há várias outras questões extra ao mundo jornalístico que também influenciam. Essa é a verdadeira razão pela qual se torna tão difícil sair desta estagnação que perpetua. Por um lado, temos o centralismo português, já abordado, aliado ao facto dos directores de jornais se esquecerem que as suas tiragens abrangem todo o país. Torna-se lógico, então, que o discurso de apenas duas cidades resulte em prejuízo.
A outra grande questão prende-se, mesmo, com o nosso sistema educacional, e é por essa razão que digo que há uma democratização que ainda não foi feita. A nível cultural, por exemplo, muito foi feito por cidadãos sem obrigações camarárias que se associaram e agruparam para poderem fazer algo de novo e diferente, pensando no bem das suas respetivas localidades. Por outro lado, relembro que, a título próprio, o João Botelho foi o único realizador nacional que se prontificou a ativar um circuito que até então se encontrava inativo, o circuito dos cineteatros. Aliando o facto d’Os Maias ser uma obra de estudo do nosso ensino secundário, o realizador percorreu o país em sessões pensadas para os estudantes, oferecendo a oportunidade aos alunos de lhe poderem colocar questões relacionadas com a obra e a sua adaptação cinematográfica. É esta a proximidade necessária que não pode ser feita com a Internet.
O que o caso Wikileaks nos ensinou é que o fornecimento de informação pura ou dados puros é incipiente ― é necessária uma orientação e uma dialética aliadas a um trato jornalístico. A abertura que a Internet trouxe é extremamente benéfica, mas tal não descura uma educação prévia para sabermos interpretar e analisar. É exatamente nesse ponto que o sistema escolar se torna tão importante.
A máxima “não há futuro sem passado” está correctíssima, mas também não há futuro sem presente. O que as escolas precisam de aprender é ensinar os alunos a lançarem um olhar crítico para o seu quotidiano nas mais diversas áreas, sem medos, nomeadamente a cultural. Basicamente, passa por colocar aos jovens este desafio: “há este acontecimento, de que forma podes investigar e fomentar a tua opinião?”. É desta forma que uma boa educação para os média é feita e, a par e passo, far-se-á uma ligação maior entre os acontecimentos quotidianos e a população. Se tal fosse assegurado, os jornais não passariam pela atual crise. É, também, sabido que o nosso ensino não prima pela educação das artes, o que faz com que grande parte dos leitores, a não ser que tenha, já, um interesse prévio definido, não se encontre muito bem familiarizado com a linguagem artística e as suas várias nuances.
Devíamos pensar numa estratégia de ensino integral que beneficiaria muito mais o aluno ao enquadrá-lo no pensamento crítico da sua realidade envolvente. Caso contrário, títulos culturais, no seu cômputo geral, farão sempre parte de um nicho. Compreendo que, para alguns, este pensamento possa parecer demasiado intelectualizado, mas é, totalmente, o seu oposto. Uma pessoa que não corresponda, a priori, ou não pertença a um meio que tem, por hábito, consumir mais cultura, não quer dizer que tenha, obrigatoriamente, de se enquadrar no público-alvo dos reality shows. A questão é que essa definição parece ser feita logo à partida e, quando assim é, está-se a limitar a formação de novos públicos mais críticos e com uma possibilidade de escolha maior. Sim, mais uma vez, há a Internet. Mas mesmo nesse oceano de informação, é necessária orientação.
A verdade é que sempre houve um afastamento das populações face aos acontecimentos da atualidade, afastamento esse que tem sido muito bem aproveitado para o seu alheamento. É, estereotipadamente, a “dona de casa” que se pensa que nunca terá interesse em ler um livro de determinado autor e, por isso mesmo, mais vale continuar a apresentar-lhe os programas da manhã. Por conseguinte, também pensa que os políticos são todos corruptos e iguais, por isso, mais vale não se informar nem ir votar, pois tudo seria inútil. Por que razão, então, essa mesma senhora iria sair do seu lar para ir comprar um jornal? Para desperdiçar tempo com uma realidade que pensa ser “corrupta”? Ou ler um artigo sobre um escritor que, na sua ideia, das duas uma, ou é mais rico ou, então, excêntrico e fica encerrado numa cave a escrever livros? A verdade, também, é que nem poderia fazer nada para modificar isso. Comprar um jornal é, portanto, um luxo que sai caro e não vale a pena. Mais vale ver a Crónica Criminal na televisão, ficar a achar que o mundo ensandeceu e que a justiça devia ser muito mais pesada e inflexível. Ou, então, ver um vídeo no Youtube para corroborar as suas próprias opiniões.
Uma boa escola terá, obrigatoriamente, de educar os alunos para a atualidade de forma crítica, essa educação trará, por sua vez, a necessidade de se estar bem informado, até porque se tivermos uma informação melhor, mais facilmente podemos ser agentes ativos dessa mesma atualidade e transformá-la: seja essa informação de cariz regional, nacional ou internacional. Mas se, por outro lado, continuarem a tentar inculcar em nós que há uma distância entre a comum população e essas mesmas elites impossível de ultrapassar, então tudo ficará na mesma e o desinteresse aumentará, o que se irá repercutir no declínio da informação profissional e dos jornais.
Portanto, para o fator proximidade, as elites têm de estar mais próximas das populações e essas mesmas populações têm de sentir que fazem parte da atualidade envolvente.
A ligação com os média e, consequentemente, com a atualidade regional, nacional e internacional far-se-á por essa via ― o ensino. A educação também tem de ter um papel preponderante para auxiliar as pessoas a destrinçar informação válida, de informação mal sustentada. Por outro lado, o aprofundamento é o que, no seio de tantas publicações que debitam o mesmo, irá permitir aquele ponto diferente que, aliás, é o que se chama jornalismo. É por esse fator que as pessoas vão escolher um jornal em detrimento de outro. O aprofundamento, consequentemente, fará a ponte com a investigação, que permitirá chegar ao novo e diferente, contribuindo para uma maior democratização da informação.
O trato jornalístico da cultura, já por si, carece de uma delimitação própria entre o que é jornalismo e promoção. Mas é perfeitamente possível realizar-se um artigo criativo, diferente e, até, irreverente sem, no entanto, resvalar para a promoção pura. Isso acaba por ser reflexo do poder dos assessores, agentes e promotores culturais que, mais parece, mandarem nos jornalistas quando tentam encomendar um trabalho. Lá está, fruto de um atavismo e de um sedentarismo do meio que faz com que a informação a ser transmitida esteja demasiado dependente dos assessores das indústrias. Quando se fala, aqui, em indústrias culturais, há que ser explicado que elas próprias necessitam da sua descentralização, uma vez que, num meio pequeno como o português, ainda é difícil para novos projetos ou novos conceitos receberem a atenção de que necessitam, de forma mais ampla e justa. Não se ignoram as dificuldades de um setor sempre em crise e, atualmente, ainda mais. Mas é por isso mesmo que a relação entre essas indústrias e a imprensa cultural deve ser mais igualitária e ampla, sem essa relação ser beneficiada apenas por uma pequena percentagem. Uma abordagem mais ampla e de integração seria benéfico para todos.
Quanto ao jornalismo cultural, é difícil perceber se, no momento, consegue, realmente, fazer a diferença e contribuir para uma maior educação ou se, por outro lado, apenas está a ser escrito para um nicho que nunca mais se descentraliza. Se não pensarmos nessa descentralização e no papel da educação, então estar-se-á a fazer mais do mesmo e a dar razão a programadores e editores que pensam que determinado público só se pode interessar por determinado conteúdo, quando sabemos que essa é só uma desculpa para não se resolverem os problemas de base. O que falta é fazer jornalismo, justamente o que menos se faz, porque o próprio jornalismo não é considerado em nenhum aspeto, quanto mais ser respeitado a nível laboral. E aqui o problema não é só das plataformas nem da Internet que modificou o negócio. Também é, também é. Mas a proximidade, a descentralização e a aposta nos bons conteúdos? Onde estão? A aposta no jornalismo em si, onde está? Enquanto continuarmos a olhar para os públicos-alvo de forma extremamente segmentada com ideias pré-estabelecidas, apenas estamos a dar força a um certo paternalismo bafiento que foi, é e será o verdadeiro problema do nosso país.