Paulo Neves e Valter Hugo Mãe inauguram este sábado a exposição no Museu Quinta de Santiago, em Matosinhos

“o lugar onde Deus nasce” abre no dia 29 de março, às 15 horas, com a presença dos artistas. A mostra poderá ser visitada até ao dia 6 de julho.
No dia 29 de março, o Museu Quinta de Santiago inaugura a exposição “O lugar onde Deus nasce”, que reúne esculturas de Paulo Neves e desenhos do Valter Hugo Mãe. A abertura acontece às 15 horas e contará com a presença dos artistas, que celebram, neste encontro inédito, uma amizade de longa data.
“O que aqui encontram é um escultor, um dos mais celebrados do país, e um escritor que, por acaso, pensa os livros a partir de imagens falhas que sobretudo servem de nota gráfica, visual, que resultará numa frase algures usada num texto”, resume Valter Hugo Mãe na apresentação que compõe o catálogo.
O jardim da Quinta de Santiago é o espaço em que Paulo Neves apresenta para uma série de esculturas em mármore português pertencentes à sequência “Guardiões”. Nestes trabalhos, rostos serenos emergem dos blocos de pedra, envolvidos por traços profundos que lhes conferem força e espiritualidade.
Já no interior da antiga residência da família Santiago, Valter Hugo Mãe dá a conhecer uma faceta mais íntima do seu processo criativo. Reconhecido sobretudo pela sua obra literária, ele partilha cerca de 40 desenhos criados na intimidade de sua casa, durante o desenvolvimento dos seus textos. Os traços funcionam como um momento de pausa entre as palavras e um exercício visual que precede a escrita.
Mais do que uma mostra artística, “O lugar onde Deus nasce” converge trabalhos de dois grandes nomes da arte contemporânea portuguesa, criando uma experiência que convida o público a percorrer o espaço e a estabelecer um diálogo entre arte, arquitetura e natureza.
Sobre os artistas
Paulo Neves (1959) é um dos mais reconhecidos escultores portugueses, com uma carreira marcada pela experimentação e pela espiritualidade da forma. Embora tenha frequentado a Escola de Belas Artes do Porto, seguiu um percurso essencialmente autodidata, viajando pelo mundo e absorvendo influências que enriqueceram a sua obra. Com peças em coleções públicas e privadas em países como os Estados Unidos, França, Espanha, Brasil e Japão, tem também uma forte ligação a Matosinhos, onde assina esculturas na Praça do Eixo Atlântico, junto à Ponte Móvel de Leça da Palmeira, e no Museu da Memória de Matosinhos, com a instalação “Linha da Memória”. A sua escultura, marcada pela expressividade e pelo equilíbrio entre peso e leveza, inscreve-se numa estética própria, consolidando-o como uma referência incontornável da arte contemporânea.
Valter Hugo Mãe (1971) é um dos mais destacados escritores portugueses da atualidade, com uma obra amplamente traduzida e premiada. Venceu o Prémio José Saramago com O remorso de Baltazar Serapião e o Prémio Oceanos com a máquina de fazer espanhóis, e para além da ficção, escreve poesia, literatura infantojuvenil e crónicas. Em Matosinhos, explorou a sua obra literária em iniciativas como o LeV – Literatura em Viagem, em 2024, e no Plano Municipal de Leitura em 2020. Agora, reforça os laços com o concelho partilhando um lado menos conhecido do seu trabalho.
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