Porque morrem os cães nos filmes de Wes Anderson?
O próximo filme de Wes Anderson está quase a estrear nos cinemas portugueses: “Isle of Dogs” começa a ser exibido em Portugal no próximo dia 26 de Abril.
A última obra cinematográfica do realizador estreou no Festival de Berlim, no passado mês de Fevereiro, e Paulo Portugal, o nosso enviado especial, teve o privilégio de ver ‘Isle of Dogs’: “Wes Anderson fez aquilo a que nos habituou, ou seja, deslumbrar-nos com esta nova variante do seu cinema meticuloso e profundamente artístico. Aqui com surpreendentes tonalidades, como os elementos divertidos que comunicam com o espectador que assiste a um filme japonês.”, escreveu na altura Paulo Portugal.
Já em entrevista ao IndieWire, o realizador norte-americano Wes Anderson revelou alguns detalhes importantes: “Fiquei muito interessado em animações japonesas antes de fazer ‘Fantastic Mr. Fox’. Não é como se eu fosse um grande fã de animações. Neste filme [‘Isle of Dogs’] há dois directores que são as nossas inspirações: [Akira] Kurosawa e [Hayao] Miyazaki.”
No entanto, e para além das suas inspirações, e indo mais a fundo na sua obra, há outro assunto curioso: porque morrem os cães nos filmes de Wes Anderson?
Os cães são abandonados, assassinados, envenenados e enclausurados. Nos filmes do cineasta, desde jornais a descapotáveis conduzidos a alta velocidade por Owen Wilson servem de armas contra canídeos. Neste vídeo-ensaio para a Little White Lies, Luís Azevedo argumenta que os animais são a maior vítima deste mundo, particularmente em “The Royal Tenenbaums“. Já nas estrelas de “Isle of Dogs” foram abordadas e deram o seu parecer sobre alguns destes casos, com ênfase na Tragédia de Buckley, o beagle. Determinados a impressionar, os membros da matilha procuraram responder à maior questão ética da filmografia de Wes Anderson: Porque morrem os cães?