“Primeira Pessoa do Singular”. Novo livro de Haruki Murakami chega às livrarias portuguesas
A Casa das Letras edita na próxima terça-feira, 26 de outubro, “Primeira Pessoa do Singular”, o novo livro do escritor japonês Haruki Murakami, colectânea de oito contos, pela primeira traduzidos directamente do japonês por Inês Rocha Silva, com a colaboração de Maria João Lourenço, a tradutora para português de toda a obra do romancista nipónico.
Amores de adolescência evocados com nostalgia, jovens vistas apenas pelo canto do olho, críticas sobre discos de jazz desconhecidos, um poeta amante de basebol, um macaco que trabalha como massagista nas termas e que fala como gente grande, um velhote que disserta com ar de entendido sobre um círculo com vários centros são algumas das personagens e cenas que contribuem para levar o leitor a repensar os limites entre imaginação e realidade. E devolvem-nos, intactos, os amores perdidos, as relações desfeitas e a solidão, a adolescência, os reencontros e, sobretudo, a evocação do amor, porque ainda que a “paixão se desvaneça, que não seja correspondida, podemos sempre agarrar-nos às recordações de ter amado alguém, de nos termos apaixonado e sido correspondidos”, garante o narrador.
Oito histórias contadas na primeira pessoa por um narrador que, por vezes, pode muito bem ser o próprio Murakami. Estamos diante de um livro de memórias, de relatos com pinceladas autobiográficas ou de um livro exclusivamente de ficção? Como sempre, o trabalho do escritor japonês raras vezes encaixa numa categoria única e singular. Terá de ser o leitor a decidir.
Haruki Murakami é um autor de culto, lido por todas as gerações e procurado com especial curiosidade pelos jovens leitores, encontrando-se traduzido em mais de 50 línguas. Sendo um dos escritores japoneses contemporâneos mais divulgado em todo o mundo, é simultaneamente aplaudido pela crítica, que o considera um dos “grandes romancistas vivos” (The Guardian). A Casa das Letras editou toda a obra de Murakami que recebeu vários honoris causa pelas universidades do Havai, Liège e Princeton em reconhecimento da sua obra, recompensada através da atribuição de importantes galardões internacionais, com destaque para os prémios Franz Kafka, Jerusalém e Hans Christian Andersen.