Professora despedida por usar a palavra ‘vagina’ para descrever obras de Georgia O’Keeffe
Allison Wint, uma professora substituta americana, afirma ter sido despedida por ter utilizado a palavra ‘vagina’ numa aula sobre as obras de Georgia O’Keeffe, artista conhecida pela sua utilização subliminar e provocativa da imagem íntima feminina.
A pintora americana é conhecida não só pelas suas belas paisagens do sul dos Estados Unidos e de Nova Iorque, mas também pelas suas icónicas e coloridas flores, que apesar de a própria artista ter refutado esta teoria, têm sido tomadas como alusões à genitália feminina.
Allison Wint afirma ter tido como objetivo começar um diálogo pensativo sobre as interpretações históricas da obra de O’Keeffe quando utilizou a palavra ‘vagina’ durante a discussão, e afirma ter sido despedida pela Harper Creek Middle School pelo uso dessa mesma palavra. «Sim, utilizei essa palavra, mas puramente num contexto artístico histórico. Não estava a ser vulgar» foram as palavras da professora.
A professora diz ter utilizado a palavra cerca de dez vezes durante a palestra, causando algumas gargalhadas por parte dos/as miúdos/as de cerca de 13 anos, mas que com tempo chegou ao seu objetivo: uma conversa interessante e uma discussão com substância.
No dia seguinte a professora foi castigada pela escola, que diz que a professora utilizou «a palavra ‘vagina’… Sem aprovação prévia». Representantes da escola dizem que referências aos órgãos reprodutores femininos sem prévia aprovação da direção escolar viola a política interna da instituição. Wint diz que lhe foi pedido que «arrumasse as suas coisas e saísse da escola dentro de uma hora», dizendo que as palavras da representante da direção foram: «há mil e uma maneiras de ensinar a controvérsia, e esta foi inapropriada».
A escola tem negado o despedimento da professora substituta até agora.
Se de facto tudo o que Allison afirma é verdade, isto mostra uma total falta de respeito e consideração pelo mundo da arte que sempre tentou desmistificar e quebrar tabboos que não são necessários. Será o uso de uma palavra tão normal e idêntica a tantas outras razão suficiente para um despedimento? A nós parece-nos que não.