Radu Jude exorciza demónios do passado romeno e vence Globo de Cristal no 53.º festival de Karlovy Vary
O 53º Festival Internacional de Karlovy Vary (KVIFF) chegou ao fim este sábado, dia 7, com o palmarés dos vencedores, e a entrega do Gobo de Cristal para I Do Not Care If We Go Down in History as Barbarians, do romeno Radu Jude. Esta arrebatadora co-produção liderada pela Roménia e República Checa procura mostrar como a barbárie anti-semita conseguiu alastrar-se para fora do regime nazi.
O júri internacional, presidido por Mark Cousins, atribuiu o Prémio Especial do Júri à comédia nostálgica Sueño Florianópolis, da argentina Ana Katz. A atriz Mercedes Morán viria a receber ainda o prémio para Melhor Atriz. Já o prémio para Melhor Ator foi para Moshe Folkenflik no filme israelita Geula. O realizador esloveno Olmo Omerzu, atualmente a viver na República Checa, foi eleito Melhor Realizador pelo filme Winter Flies.
O prémio principal da competição The East of the West Award foi para o filme estreia de Elizaveta Stishova Suleiman Mountain, ao passo que o Prémio Especial do Júri foi entregue a ao húngaro Blossom Valley.
O filme mais votado pelo Público foi para o clássico Rain Man, de Barry Levinson, o produtor e cineasta americano que foi galardoado com o Globo de Cristal pela contribuição artística.
De referir ainda que Sueño Florianópolis venceria também o prémio FIPRESCI, atribuído pela crítica internacional, ao passo que o prémio ecuménico seria entregue a Geula. Por fim, o prémio Fedeora foi atribuído a Suleiman Mountain e o prémio Europa Cinemas a I Do Not Care If We Go Down in History as Barbarians.
No plano documental, o novo filme do russo Vitaly Mansky, Putin’s Witnesses, igualmente em co-produção com a República Checa, foi eleito o melhor Documentério em Competição. O Prémio Especial do Júri foi entregue a Walden.
A vedeta britânica Robert Pattison e o checo Jaromír Hanzlík foram galardoados com o Prémio do Presidente do Festival. Ao receber o galardão, o ator confessou que “há muito que queria vir a este festival, pois muitos colegas me têm aconselhado”. E acrescentou ainda que “quando mais a indústria de cinema muda mais importanted são festivais como o de Karlovy Vary. A razão é que dão voz a filmes com pouca promoção, e é este tipo de filmes que eu quero fazer”.
Artigo escrito por Paulo Portugal, em parceria com Insider.pt