Rentrée editorial da Fundação Francisco Manuel dos Santos
A Fundação Francisco Manuel dos Santos apresentou, na passada terça-feira, as novidades editoriais para o último quadrimestre do ano. São 6 livros de Não-Ficção, contextualizados pelas colecções “Ensaios” e “Retratos”.
No Espaço Espelho d`Água, em Lisboa, David Lopes, Director-geral, e António Araújo, Director de Publicações, anunciaram 2 novos títulos para a colecção “Retratos” e 4 para a “Ensaios”.
A “Retratos”, que “procura transmitir um olhar de proximidade sobre tópicos mais circunscritos e localizados”, tem no livro “Ensino Superior em Portugal”, de João Filipe Queiró, e “A Universidade como Deve Ser”, de António M. Feijó e Miguel Tamen, os seus novos títulos.
João Filipe Queiró afirmou que “o Ensino Superior é muito falado, mas pouco conhecido”.
O livro procura contribuir para o debate sobre o tipo de ensino superior que se quer construir em Portugal. Entre outros assuntos, o autor analisa a permanência da sala de aula. “Há 500 anos que se anuncia a morte iminente da sala de aula. Ainda não aconteceu”.
A análise ao papel das universidades continua com “A Universidade como Deve Ser”. António M. Feijó, professor na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e Miguel Tamen, também professor na FLUL, partem de uma pergunta:
“O que farei com este curso?”
Depois das dificuldades que tiveram em construir uma nova licenciatura, os dois professores resolveram escrever este livro sobre “o que a universidade realmente é e aquilo que deve ser”.
Os 4 livros da colecção “Ensaios” apresentam maior diversificação.
Bernardo Gaivão, licenciado em Comunicação e Multimédia pela Universidade Lusíada de Lisboa, escreveu “Turista Infiltrado”.
“Ainda somos os very typical de bigode? Inflacionamos o preço do café e do táxi? Aos olhos do turista, mudámos de facto ou só os prédios levaram uma rebocada na fachada principal?”
“Ajudar a Cair”, de Djaimilia Pereira de Almeida, explora um tema doloroso: a paralisia cerebral
A autora de “Este Cabelo” (Teorema, 2015) trabalhou ao lado de residentes e funcionários do Centro Nuno Belmar da Costa para mostrar que “o dia-a-dia vai muito além do «viver com a doença» a que resumimos a paralisia cerebral”.
“Afinal, de que é feita a dignidade humana, senão do respeito e do amor com que o outro, mais do que amparar, nos ajuda a cair?”, pode-se ler na sinopse deste ensaio.
Mariana Correia Pinto, pertencente à equipa fundadora do P3/Público, entrou “num dos bairros mais problemáticos da freguesia [Campanhã] pelas mãos de um assistente social que faz da profissão militância”. E também percorreram Miraflor, uma “rua modelo onde tudo acontece”. O resultado é “Porto, última estação”, que mostra a pobreza e precariedade de Campanhã.
“Futebol, estádio global” analisa o universo apaixonante do desporto-rei. Fernando Sobral, jornalista do Jornal de Negócios e do Correio da Manhã, afirmou, na apresentação, que as transferências apontam para o fim da classe média entre clubes de futebol. Os extremos reforçam-se, tanto do lado dos ricos como dos pobres. Hoje, os jogadores são activos e a vertente económica impera.
“Futebol, estádio global” fala de forma simples sobre a transformação de um desporto em um grande negócio.
Segundo David Lopes, os 78 ensaios até agora publicados tiveram a tiragem de 7.000 exemplares por cada número, com 528.000 exemplares vendidos. Os 28 retratos contemplaram 5.000 por cada número, com uma venda total de 77.000 exemplares. Existem em “ebook” e, em breve, serão disponibilizados em “audiobook”.