Rodrigo Amarante revela “Tango”, terceiro e último single do novo álbum “Drama”
Depois de revelar os temas “Maré” e “I Can’t Wait”, Rodrigo Amarante lança hoje “Tango”, o terceiro e último single do seu muito aguardado álbum “Drama”, que será editado a 16 de Julho e dá mote à digressão que em 2022 passa por Portugal, nos dias 18 de Abril, na Casa da Música, no Porto e emLisboa, a 19 de Abril, no Capitólio. Ainda há bilhetes à venda nos locais habituais.
Os menos versados na obra de Rodrigo Amarante lembrar-se-ão de “Tuyo”, a música da série Narcos da Netflix. Ou do álbum Little Joy. Talvez fiquem surpreendidos com os seus créditos na autoria de canções de Gal Costa, Norah Jones e Gilberto Gil. É possível que o tenham visto a tocar ao vivo com o super grupo brasileiro de samba Orquestra Imperial. Mas é sobretudo provável que se lembrem dele na mítica banda carioca indie Los Hermanos. Já para os que acham que conhecem tudo sobre Rodrigo Amarante, “Drama” vai trocar-lhes as voltas.
Nascido no Rio de Janeiro em 1976, Rodrigo Amarante aponta dois incidentes no seu passado que tiveram repercussão directa nas suas composições: uma doença infantil que o fez (e faz) valorizar a beleza de uma segunda chance; e o momento em que o pai (com o seu consentimento relutante) lhe cortou os longos cabelos, numa tentativa de descarregar todo o drama e sensibilidade da sua jovem cabeça. “Vestir-se como forma de revelar, em vez de vestir-se discretamente, é esconder, isso é Drama”, diz. “Uma ferramenta. Fazendo cócegas na memória para a confissão, vendo através dos olhos de uma máscara. Espreitar no espelho que está desempenhando um papel. Isso não é algo que eu tenha seguido, mas uma realização póstuma, algo que me seguiu, como sempre acontece. Essas músicas foram os instrumentos para realizá-lo, não o contrário.”
“Drama” começou a tomar forma no final de 2018, com a banda de Rodrigo Amarante – “Lucky” Paul Taylor na bateria, o baixista Todd Dahlhoff, Andres Renteria na percussão e Amarante na guitarra. Ao longo do processo de composição e gravação em 2019, algumas músicas foram retiradas do fundo das gavetas e outras ideias surgiram. No início de 2020, com o álbum ainda por terminar, a pandemia obrigou Los Angeles a um lockdown e Rodrigo Amarante viu-se sozinho, aproveitando para adicionar overdubs e misturar as canções com Noah Georgeson, embora os dois nunca estivessem na mesma sala. Sem surpresa, o isolamento acabaria por ditar o som do álbum. “O bloqueio e a limitação produziram ótimas ideias. Comecei o álbum querendo focar no ritmo e na melodia, abandonar aquelas ricas progressões de acordes e modulações que herdei do Brasil e ser mais direto por um tempo. Enquanto escrevia, percebi que havia um gatilho para mim naquela tentativa, uma sombra do garoto de cabeça raspada que eu deveria ser, sugando-o. Em vez disso, abracei as complicações que herdei. ”
“Drama” termina com o piano e a voz de Amarante em “The End”. “Viver é cair” e perguntamo-nos: depois de todas as turbulências emocionais por que passou, será alguma mensagem de despedida? “Tudo vai bem”, responde Rodrigo Amarante. “Sussurrando. Você fica mais alto assim, as pessoas respondem melhor a um convite ”, e acrescenta: “Encarar o absurdo permanecendo gentil, estando aberto aos dons da confusão; é por isso que criamos essas ferramentas que são histórias e músicas, para nos ajudar a ver uns aos outros.”