Seu Jorge, Adriana Calcanhotto, Dino D’Santiago, A Garota Não, Camané e António Zambujo actuam no Convento São Francisco em Coimbra
A programação do primeiro semestre de 2023 do Convento São Francisco, em Coimbra, foi apresentada hoje, assumindo-se como um “momento de viragem” para aquele espaço que quer assumir outro destaque no panorama nacional e regional.
Uma forte presença de músicos brasileiros como Adriana Calcanhotto, Seu Jorge ou Criolo, estreias nacionais da apresentação de novos discos de artistas portugueses como Carolina Deslandes, Jorge Palma ou The Black Mamba, um reforço na programação na área da dança e teatro, a presença do Festival Política, coproduções do Convento São Francisco com outros artistas e um projeto de arte para a infância são algumas das muitas propostas para os primeiros seis meses de 2023 daquele espaço cultural municipal.
“Este é um momento de viragem no Convento, com uma nova programação, com novos objetivos e com novas vontades de se ser mais eclético e, ao mesmo tempo, mais único, e afirmar este equipamento fantástico”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, durante a apresentação da programação, assumindo a ambição de aquele espaço ganhar outra relevância a nível nacional no campo da cultura.
Para o diretor do Departamento da Cultura e do Convento São Francisco, Paulo Pires, há um objetivo de tornar aquele espaço “mais permeável” às dinâmicas culturais da cidade e da região – “que são muitas” -, ao mesmo tempo que define vários eixos estratégicos daquele equipamento, como a articulação com as escolas ou a relação com o Brasil.
Na música, o semestre é marcado pela continuidade do ciclo “Saudades do Brasil em Coimbra”, que arranca a 06 e 07 de janeiro, num concerto que junta no Grande Auditório os cantores Camané, Ricardo Ribeiro e António Zambujo, que vão interpretar várias canções brasileiras, acompanhados pelo ensemble da Orquestra Clássica do Centro.
A 23 e 24 de abril, Seu Jorge e Daniel Jobim revisitam a obra de Antônio Carlos Jobim, a 11 de junho haverá um concerto conjunto entre o brasileiro Criolo e a portuguesa A Garota Não (uma encomenda do Convento), e, a 24 de maio, Adriana Calcanhotto tem em Coimbra a estreia mundial da apresentação do seu novo disco.
Também nesta área, o Convento São Francisco estreia o ciclo “Carta Branca a…”, em que desafia músicos da cidade para a realização de concertos, com os convites deste semestre a serem lançados à jovem cantora Leonor Quinteiro e ao pianista Filipe Gouveia Melo.
Já a Sala D. Afonso Henriques será palco a um ciclo que aposta na estreia de novos projetos de artistas do concelho, numa programação que terá, neste semestre, apenas mulheres, com Beatriz Villar, Peixinhos da Horta ou o Coro das Mulheres da Fábrica, entre outras.
Os concertos semanais “Café Curto” irão continuar no Café-Concerto e o festival Lux Interior, da editora conimbricense Lux Records, regressa ao Convento, desta feita em março.
Márcia, Rui Veloso, Xutos & Pontapés, Pedro Abrunhosa com o Grupo Coral e Etnográfico dos Camponeses de Pias ou Aruán Ortiz Trio são outros dos nomes que vão passar por Coimbra no primeiro semestre de 2023.
No teatro, Ivo Canelas apresenta o monólogo “Todas as coisas maravilhosas”, a 04 e 05 de fevereiro, “Noite de Reis”, com encenação de Ricardo Neves-Neves, a 14 de abril, e acolhe produções do Teatro Nacional de São Carlos e do Teatro Nacional D. Maria II.
Já na dança, o Convento São Francisco pretende também aumentar a oferta nesta área, tendo em mente a criação de uma estrutura profissional de dança em Coimbra.
Aquele espaço de Coimbra vai acolher no segundo semestre, pela primeira vez na cidade, o Festival Política, mas já em fevereiro haverá uma espécie de ‘aquecimento’ com uma conversa e concerto do músico Dino D’Santiago, a projeção de um documentário de Tiago Pereira, do projeto “A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria” e uma conversa de Hugo van der Ding.
Na apresentação, que teve uma duração de cerca de duas horas, com vários momentos musicais e intervenções de agentes culturais, foi dado destaque a uma maior articulação entre as áreas da cultura e da educação no município.
Nesse sentido, vai arrancar em 2023 o projeto “Mil Pássaros”, pela Companhia de Múcia Teatral, que vai abranger todo o universo do pré-escolar do concelho, com oficinas, espetáculos e outras iniciativas, afirmou a vereadora da educação, Ana Cortez Vaz.
“Queremos levar a cultura aos jardins de infância e escolas do concelho”, realçou a responsável, destacando ainda as ações de formação que irão decorrer no âmbito deste projeto junto dos educadores de infância de Coimbra.
Durante a apresentação da programação, o diretor do Jazz ao Centro Clube (JACC), José Miguel Pereira, notou que “há coisas que mudam e que tão bem mudam”, destacando uma “energia nova” trazida por Paulo Pires e a nova equipa do Departamento da Cultura de Coimbra.