‘Stranger Things’: de onde veio a banda sonora?

por Paulo Ribeiro Silva,    1 Setembro, 2016
‘Stranger Things’: de onde veio a banda sonora?
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Stranger Things tem feito as delícias de miúdos e graúdos, desde que foi divulgada pela gigante Netflix em Julho.

Uma mescla genial de revivalismo dos tempos áureos dos filmes de aventura e fantasia, com um toque de ficção científica, que evoca clássicos como Goonies (1985),  E.T. (1982), Encontros Imediatos de 3º Grau (1977 ) ou Poltergeist (1982), com um argumento convincente, repleto de personagens memoráveis, cenas marcantes e uma banda sonora certeira.

Revelada há pouco tempo em todo o seu esplendor, a banda sonora foi criada pelo duo americano S U R V I V E, tendo por base uma electrónica instrumental, repleta de emotividade e empatia com cenas-chave e elementos do elenco, que dela se tornam indissociáveis.

Confirmando o velho adágio, daquele famoso livro de ficção com alguns milénios, “nada há de novo debaixo do Sol“. Vasculhámos nos confins do reino do Spotify e coligimos esta playlist, com pistas sobre as origens desta sonoridade tão distinta e algumas piscadelas de olho aos contemporâneos incontornáveis.

John Carpenter era inevitável. O seu espectro paira pesadamente sobre toda a estrutura sonora, com a intensidade em crescendo e as ambiências aterradoras e tensas a reinarem. Com ele, juntámos outros génios mais esquecidos, como Charles Bernstein, Krysztof Komeda ou John Harrison, cujos nomes poderão não conhecer, mas os filmes que musicaram com certeza soam familiares: Pesadelo em Elm Street (1984),  A Semente do Diabo (1968) ou O Dia dos Mortos (1985).

Juntámos alguns dos progenitores da electrónica como hoje a conhecemos, como os germânicos Kraftwerk, o brilhante e excêntrico Giorgio Moroder, uns pozinhos da electrónica mais épica, com o fantástico Vangelis e a sua obra-prima que acompanhou Blade Runner, a contribuição um pouco esquecida dos franceses Daft Punk para a versão séc. XXI de Tron e Jean Michel Jarre com o seu sinfónico “Oxygen“.

Pelo meio, semeámos alguns dos mais sonantes cultores contemporâneos desta sonoridade, como Kavinsky, com Truise ou Glass Candy.

Foi um trabalho de Amor, um mero ponto de partida para abrir caminhos de exploração e descoberta.

Desfrutem e divirtam-se.

Ilustração de Inês Caldas / I N C a L M a

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